Pressão? Que pressão? A sete rodadas do final do campeonato brasileiro, o Atlético curte o bom ambiente interno e se assume como um dos principais candidatos ao título da competição. Uma prova disso é que os problemas extracampo não fazem mais parte das preocupações da comissão técnica e jogadores, substituídos pelo bom humor.
Essa é a tática utilizada pelo técnico Levir Culpi, que não deixa de cobrar um melhor desempenho de seus comandados, mas também não perde a oportunidade de brincar com os jogadores nas entrevistas coletivas.
Durante a semana, a primeira “vítima” foi o volante Alan Bahia. “É sempre a mesma coisa, ‘temos que dar tudo de si’, não muda nunca as respostas?”, repreendeu o treinador se dirigindo ao jogador. A resposta veio na mesma moeda. “As perguntas são sempre as mesmas”, rebateu Alan. Tudo brincadeira entre comandante e comandados. Ontem, foi a vez do atacante Washington sofrer com o treinador. Levir tomou conhecimento de uma falsa entrevista que o artilheiro deu para a “imprensa espanhola” e não poupou o jogador de algumas gargalhadas.
Tudo para aliviar a pressão na briga com o Santos, São Paulo e Palmeiras pelo título do Nacional. “Eles (os jogadores) já passaram por períodos de pressão piores. Agora, é uma pressão interessante demais, pelo primeiro lugar. A pressão do último é a que desequilibra. Essa pressão pelo primeiro lugar é uma pressão saudável e estou feliz da vida com essa pressão”, comemorou Levir. Segundo ele, todo mundo gostaria de estar passando pela mesma pressão.
Já de olho na reta final, Levir garante que o time está preparado para manter o ritmo e superar o Santos. “É claro que manter um time na ponta é estressante, mas o time está bem preparado. Vem todo mundo em cima, de vez em quando, você assiste, ouve, vê coisas que são inacreditáveis, mas isso tudo faz parte”, finalizou.
Hoje, o treinador comanda mais um trabalho técnico no CT do Caju, mas o time já está praticamente definido com Ígor na zaga e Pingo na meia-cancha. Os dois devem ganhar as posições de Marcão e Marinho, que terão que cumprir suspensão automática. Após os trabalhos, os jogadores já concentram no próprio CT. Amanhã, o trabalho será apenas um recreativo e, após o almoço, a delegação segue para o Rio de Janeiro, onde enfrenta o Fluminense às 16 horas de domingo, no Maracanã.
STJD julga hoje última chance de salvar a Arena
O Atlético tenta hoje a última cartada para não ter que enfrentar o Criciúma fora de Curitiba. Após perder o mando de dois jogos no STJD devido a um copo d?água e a um rolo de papel higiênico arremessados no gramado da Arena durante a partida contra o Galo, os advogados do clube entram em cena para defender a absolvição ou diminuição da pena no julgamento do recurso impetrado pelo Rubro-Negro. Caso não obtenham sucesso, a partida contra os catarinenses ficará mesmo para o Estádio Olímpico de Cascavel.
“É a mesma coisa, as mesmas provas. Não podemos fazer nada de novo até porque tudo o que tínhamos que apresentar já foi apresentado”, disse Gil Justen Santana, advogado do Furacão, que trabalhará hoje ao lado de Marcos Malucelli. De acordo com ele, os auditores do STJD terão que se basear no que foi apresentado no dia 22 de outubro. “Nós podemos fazer nova defesa, mas o tribunal terá que se basear nos mesmos autos do processo apresentado na 4.ª Comissão Disciplinar?, apontou.
Segundo Santana, não há expectativas em relação a uma absolvição ou diminuição da pena, mas agora quem julgará será o tribunal pleno. Serão nove votos na sessão presidida pelo presidente do STJD, Luís Zveiter. “O relator do processo é definido na hora e, a não ser que alguém falte, serão nove os votantes”, informou. A defesa do clube continua sendo baseada em farto material informando as medidas preventivas e repressivas que o clube tem tomado para manter a ordem nas arquibancadas da Arena.
Se isso tudo não for suficiente para convencer o tribunal, o Atlético irá jogar mesmo em Cascavel. A direção do clube indicou o Estádio Olímpico para sediar a partida contra o Criciúma e tem garantido da Prefeitura local todas as condições para a prática de um bom futebol no Oeste do Estado.