Cinco séculos depois da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, Portugal é a maior compradora de um dos principais produtos de exportação do País: jogadores de futebol. Um levantamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aponta que, em 2016, nenhum outro país tirou tantos jogadores do futebol brasileiro.
Das transferências internacionais registradas na entidade, 164 foram para Portugal. O Japão aparece em segundo na lista, com 46 transações. A Coreia do Sul vem em terceiro, com 31, seguida do México (22) e de Malta (20).
A maior parte dessas transferências, porém, não envolveram pagamento em dinheiro ao clube de onde saiu o jogador. Entre as que movimentaram recursos, Portugal também lidera, com 19. Nessa lista, o Japão aparece logo atrás, com 16. À Itália, foram nove transferências, oito à Coreia do Sul e sete à China.
No relatório, chama atenção o fato de que, em 2016, 703 jogadores brasileiros atuavam pelo mundo tendo feito seu primeiro registro profissional apenas no exterior. Isso gera preocupação na CBF.
“A Europa é o principal destino desses jogadores, que viajam sem vínculo com o mercado brasileiro. Desta forma, um clube que possa ter participado da sua formação acaba sem compensação financeira. Em 2015, eram 586 jogadores no exterior sem registro anterior no Brasil. Houve quase 20% de aumento. Estamos em contato com as confederações, alertando sobre esta realidade para buscar uma solução”, afirmou o diretor de Registro e Transferência da CBF, Reynaldo Buzzoni. Desses atletas, são 178 na Espanha, 104 nos EUA e 99 na Alemanha.