Ricardinho vai ser o "coringa" |
Quando parecia que esta seria a semana mais tranqüila do Coritiba no Campeonato Brasileiro, os problemas apareceram em seqüência. E se alguns deles foram parcialmente sanados, o maior se configurou: Adriano, o principal jogador alviverde, está fora da partida de amanhã, às 18h, contra o Flamengo, no Maracanã. A ausência do lateral ‘derrubou’ o técnico Antônio Lopes, que será obrigado a mexer bastante na estrutura do time.
"A gente perde o cara que dá a explosão ao nosso time", lamenta o Delegado, que na terça tinha definido o Coritiba com a mesma formação que derrotou o Vitória. Ele não esperava a fisgada na coxa, que pode ser uma lesão séria. "Nós estamos esperando o resultado da ressonância magnética. Se for uma contratura, ele está fora deste jogo. Se for um estiramento, fica fora deste e do próximo", diz o médico Walmir Sampaio, já citando a partida contra o Goiás, no dia 12.
Sem Adriano, Antônio Lopes é forçado a colocar Ricardo na ala-esquerda, e com isso desmontar a jogada combinada. "E foi com ela que nós conseguimos levar vantagem em cima dos baianos", lembra o técnico. E ele esperava com ansiedade a chance de usar o esquema no Maracanã – com as dimensões do estádio e o espaço que o Flamengo deve dar para os contra-ataques alviverdes.
Com uma vaga aberta no meio-campo, aparece Pepo, que mantém a ‘tradição’ de sempre aparecer em partidas especiais. "É uma coisa estranha, mas que acontece", afirma o volante. "Ele tem velocidade, dá mais liberdade para os alas", justifica Antônio Lopes. "Com outro jogador de marcação, a gente fica mais tranqüilo lá atrás", festeja o zagueiro Flávio, que mais uma vez será posicionado como líbero.
Os outros que estão no ‘estaleiro’ devem estar em campo. Reginaldo Nascimento (com uma tendinite) e Roberto Brum (com dores na virilha) foram poupados para terem condições de jogar, e Tuta participou de metade do coletivo para depois também ficar de molho. "Acho que, com eles, não teremos problemas", garante Walmir Sampaio. Melhor para Antônio Lopes – e para o Coritiba.
Comandante passa experiência ao elenco
Quando se fala em Maracanã, Antônio Lopes é uma opinião segura. Afinal, em pelo menos vinte dos trinta anos de carreira o técnico do Coritiba militou no futebol carioca, e sabe o que é ver o chamado "maior do mundo" lotado. Amanhã, contra o Flamengo, ele terá a chance de reviver, em parte, esta magia. Nesta entrevista ao Paraná-Online, o Delegado fala sobre a expectativa que a partida tem, e da ansiedade dos mais jovens.
Paraná-Online – O Rafinha e o Alemão, que jogarão pela primeira vez no Maracanã, vão sentir a emoção?
Antônio Lopes – Eu acho que esta garotada tem personalidade. Muitos já jogaram uma Libertadores, e durante a temporada adquriram experiência. Eles não vão sentir. É claro que o Maracanã vai estar cheio, a torcida do Flamengo vai marcar presença, e todos os jogadores gostar de atuar com casa cheia.
Paraná-Online – E você, que viveu tudo isso, fica feliz em ver o Maracanã lotado?
Lopes – É legal, eu gosto de trabalhar assim. Ainda mais se tratando de ser no Maracanã.
Paraná-Online – E ter essa massa toda ao teu lado?
Lopes – Trabalhei no Flamengo em 86, e já participei de jogos com 170 mil, 180 mil pessoas, em um tempo que o estádio comportava esta capacidade, não havia problemas de segurança. E é gostoso você trabalhar em um jogo assim, e domingo será assim, mesmo com bem menos gente, umas sessenta mil pessoas. E, com esse contexto, a vitória vai ter um gosto melhor.
Paraná-Online – E como se fazer para calar o Maracanã?
Lopes – Temos que fazer o que fizemos no último jogo, praticando um futebol solidário, de marcação, de velocidade, de criatividade. Sem jogar bem não conseguimos um bom resultado.