Foram exatos 342 dias de jejum. O fim da “seca” veio aos 38 minutos do segundo tempo do jogo contra o Marília. Um chute com raiva, que venceu o goleiro Giovanni e morreu no ângulo direito. Enquanto a torcida do Paraná Clube explodia em festa, Leonardo caiu no choro.
Não conseguiu conter as lágrimas após marcar seu primeiro gol neste retorno ao clube. Como em 2006, o Tricolor parece dar sorte ao artilheiro, que há dois anos também foi “resgatado” pro futebol na Vila Capanema.
“Sou grato ao clube. E às pessoas que estiveram ao meu lado nesse período muito difícil”, desabafou Leonardo. O atacante sempre foi visto como o grande “reforço” do Paraná nesta temporada. Porém, a lesão que sofreu no Flamengo, ano passado, era mais séria.
Uma pubalgia foi diagnosticada e a única saída era cirurgia. Pior do que isso, Leonardo ainda sofreria com uma infecção hospitalar e no final do processo teve que se submeter a três intervenções, em Curitiba e em Belo Horizonte.
O resultado disso foram mais de dez meses longe dos gramados. Para muitos, Leonardo não voltaria aos campos nesse ano. Ao menos não com a eficiência que todos esperam dele.
Afinal, na memória dos paranistas ainda estão guardados os gols e as grandes atuações do atacante na temporada 2006, quando levantou o “caneco” do Estadual e foi decisivo pra conquista da inédita vaga à Libertadores. “Sei que a torcida me tem como ídolo. Sou grato pela paciência que todos tiveram comigo”, comentou.
O retorno do centroavante aos gramados foi em 5 de agosto, mais de dez meses após sua última partida (no dia 29 de setembro de 2007, no jogo Flamengo 1×0 Atlético-MG). O último gol ocorrera na rodada anterior (dia 23 de setembro, num 2×2 entre Flamengo e Juventude). Como o próprio jogador anunciara, sua volta teria que ser gradual.
Por quatro jogos, ficou no banco de reservas, entrando sempre na fase final. A primeira partida com a camisa 9 foi contra o Avaí. Nesse jogo, deu início à jogada do gol de Cristian. Na rodada seguinte, fez ótimas assistências e em uma delas Ricardinho fez o gol da virada diante do Fortaleza.
Nos dois jogos, foi substituído na metade do segundo tempo. E reclamou. “Não adianta, sou assim mesmo. Não gosto de sair. Mas entendo o treinador”, admitiu. A confirmação da “volta por cima” veio no último sábado, com o gol, o choro e a certeza de que Leonardo está de volta.
“Agora, é seguir em frente porque temos muito trabalho ainda. Primeiro resgatar o time dessa posição. E, depois, recolocar o clube na primeira divisão, que é o lugar do Paraná”, arrematou o artilheiro.