As semifinais do US Open apresentam dois grandes astros (Roger Federer e Novak Djokovic) e dois franco atiradores. Marin Cilic e Kei Nishikori, juntos, somam apenas uma presença em semifinal de Grand Slam – foi no Aberto da Austrália de 2010, quando o croata alcançou o feito. Fora da quadra, no entanto, estarão quatro craques de primeira grandeza: são ex-jogadores de currículo impressionante que assumiram a empreitada de treinar os semifinalistas: Stefan Edberg (Federer), Boris Becker (Djokovic), Michael Chang (Nishikori) e Goran Ivanisevic (Cilic).
Com seis títulos de Grand Slam, Edberg assiste aos jogos do craque e auxilia nos treinamentos. O técnico principal de Federer continua sendo Severin Luthi, jovem treinador de apenas 38 anos que orienta a equipe suíça na Copa Davis.
Edberg, um estilista que tinha um jogo de rede vistoso e um dos “backhands” mais bonitos do circuito, assume um tom modesto ao falar sobre Federer. Afinal, ele prepara o maior nome da história da modalidade, com 17 títulos de Grand Slam. “Eu não posso fazer uma grande diferença no jogo dele, mas pequenas diferenças eu posso fazer”, disse o sueco, que trata de aprimorar “algumas pequenas coisas” no jogo do ex-número 1.
E tem dado resultado. No ano passado, Federer parecia prestes a se aposentar e conseguiu apenas um título. Neste ano, ele levantou a taça três vezes, sendo uma de Masters 1000 (Cincinatti). Além disso, chegou à final em Wimbledon e esteve perto de bater Djokovic.
As carreiras dos quatro treinadores estão entrelaçadas. O grande rival de Edberg foi Becker. Além disso, a grande frustração do sueco foi a derrota na final de Roland Garros em 1989 para Michael Chang. O Aberto da França é o único Grand Slam que não conseguiu levantar.
A se julgar por suas declarações, Djokovic também está muito satisfeito com o apoio prestado por Boris Becker. Assim como Federer, ele tem um treinador de longa data, Marian Vajda, e acrescentou um ex-craque em seu corpo técnico.
O sérvio reconheceu a contribuição de Becker especialmente na conquista de Wimbledon neste ano. “Ele sabe exatamente quais são os desafios que tenho que encarar, mentalmente, para vencer um grande torneio. Ele sabe perfeitamente como deve ser a movimentação na grama e o tipo de estratégia de jogo que deve ser seguida”.
Jogador mais preso ao fundo de quadra, Djokovic tem evoluído sensivelmente em seu jogo de rede com Becker.
Chang aposta na possibilidade de Nishikori, seu pupilo, bater Djokovic neste sábado. Afinal, em dois confrontos já disputados entre os dois, há uma vitória para cada lado.
O norte-americano se interessou por Nishikori dois anos atrás, quando os dois jogaram uma partida beneficente em Tóquio. Um ano depois, ao encontrar Nishikori em Roland Garros, Chang tentou encorajá-lo. “Eu não estava pretendendo ser o técnico dele, apenas aconselhá-lo. Não há muitos asiáticos jogando em alto nível e eu quis ajudá-lo porque ele tem batalhado tão duro para chegar ao Top 10”, disse Chang, que foi contactado pelo agente de Nishikori e resolveu topar o desafio de orientá-lo no final do ano passado.
Chang diz que não quer alterar o estilo incomum de Nishikori. “Temos algumas similaridades como jogadores, mas várias diferenças”.
Já Ivanisevic tem proporcionado progresso a Cilic, seu conterrâneo, no serviço. Marin tem o quarto maior número de aces em 2014. Ivanisevic carrega o recorde de ter conseguido 31 aces em um jogo com apenas dois sets.