A gestão temporária de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, como presidente do São Paulo deve promover o retorno ao clube de antigos desafetos do antecessor, Carlos Miguel Aidar. A diretoria para o mandato tampão, de 30 dias, deverá ter membros que trabalharam sob o comando do presidente Juvenal Juvêncio, entre 2006 e 2014.
A primeira decisão de Leco no cargo, horas depois da renúncia de Aidar, foi de recolocar na cúpula o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro, pivô do início da crise política. Junto com ele, o diretor de futebol, Rubens Moreno, e mais dois adjuntos do mesmo departamento também voltaram.
Leco já conversou com antigos diretores e também deve convidar Gustavo de Oliveira, filho de Sócrates e ex-gerente de futebol. O dirigente chegou ao clube contratado por Juvenal, em 2013, e foi demitido em maio deste ano por Aidar, que disse não confiar nele.
A saída do ex-presidente reaproximou da cúpula apoiadores fiéis a Juvenal, que rompeu com Aidar em setembro do ano passado, além de unificar alguns grupos da oposição e facilitar o retorno de desafetos do antigo mandatário.
Juvenal não deve participar do processo. Segundo pessoas próximas, o ex-presidente está afastado do clube para cuidar de problemas de saúde.
Outro nome forte que deve recuperar a ligação com o São Paulo é o empresário Abílio Diniz. Torcedor fanático do clube e membro do Conselho Consultivo, ele tem frequentado reuniões do Conselho Deliberativo para opinar sobre a situação financeira do clube e na última delas, mês passado, fez duros ataques à gestão.
Semanas antes desse encontro, o empresário tinha se desentendido com Aidar quando o então presidente demitiu o diretor executivo Alexandre Bourgeois, nome indicado por Diniz.
O empresário publicou um texto em seu blog para dizer que apoiava a renúncia e expressar o desejo de voltar a contribuir com o clube. O intuito dele é pagar uma auditoria externa para analisar as contas do São Paulo.