O técnico Leão não quer correr o menor risco nos dias que antecedem o segundo jogo da decisão do campeonato brasileiro, contra o Corinthians, domingo, no Morumbi. Com excesso de cuidados, ontem mesclou titulares com reservas e para um treino que chamou de “prática de futebol”: experimentou William, de 19 anos, ao lado de Robinho e Diego. Ele é o mais forte candidato a substituto de Alberto, impedido de jogar a finalíssima em virtude da suspensão pelo terceiro cartão amarelo.
Antes de a bola rolar, o técnico reuniu todos os jogadores no meio-de-campo e determinou que evitassem disputas mais ríspidas. Depois, mandou Renato apenas ficar correndo em volta do campo, colocando Alexandre em seu lugar, e escalando o seu melhor zagueiro, Alex, na equipe reserva, ao lado de Pereira.
“Foi apenas uma prática para que os jogadores transpirassem”, explicou Leão, após o treino sem gols. “Pedi que não houvesse disputa, mesmo porque a nossa única necessidade, a quatro dias da decisão do título, é a movimentação. Não preciso de um treino forte para testar melhor William, porque já o conhecemos bem, como também ele já é conhecido da imprensa e do Corinthians (fez dois gols nas duas vezes que enfrentou o time de Carlos Alberto Parreira)”, explicou Leão.
Como desde segunda-feira Leão vem afirmando que não é hora de inventar e de fazer mudanças, a tendência é de manutenção de Michel na lateral-direita. Além de ser um jogador que ele lançou na sua primeira passagem pela Vila Belmiro, em 1998, o lateral cumpriu as determinações táticas, ao ser improvisado na esquerda, em substituição a Léo, contra o Grêmio, e foi um dos destaques do time na vitória por 2 a 0 contra o Corinthians, domingo passado, anulando, com auxílio de Renato e Elano, o ponto mais forte do adversário, a ala esquerda.
“Até na brincadeira de `bobinho’ dá para notar que Michel é um jogador de boa técnica”, deixou escapar Leão, que afirma que só vai anunciar o time momentos antes do início do clássico.
Também é quase certo que Preto seja mantido na zaga ao lado de Alex, por ser um zagueiro mais leve, com facilidade para se antecipar e que tem uma grande vantagem sobre o seu concorrente, André Luís: começou um pouco inseguro no jogo de domingo, mas depois teve uma atuação irrepreensível.
Além disso, a torcida do Santos ainda não perdoou André Luís por ter escorregado no lance que resultou no gol de Ricardinho nos acréscimos.
