Lanterna do campeonato preocupa a torcida atleticana

Três rodadas e apenas um ponto conquistado. Na Baixada, duas derrotas. O Brasileirão está apenas no começo, mas a campanha do Atlético já preocupa a torcida. E não é por acaso. Uma comparação com 2008, quando o time quase foi rebaixado, mostra que o Furacão não evoluiu.

Pelo contrário. Tanto no elenco quanto na comissão técnica, o time parece ter perdido em qualidade e experiência em relação ao grupo que terminou o último Brasileirão. Ao fim da temporada, o Atlético perdeu dois titulares: Alan Bahia, para o Vissel Kobe (JAP), e Ferreira, para o FC Dallas (EUA).

Enquanto isso, o “investimento em chuteiras” segue tímido. O meia Marcinho foi a principal contratação. Por empréstimo, vieram o meia Wesley, o volante Rafael Miranda e o atacante Jorge Preá, que já foi dispensado. E só.

As outras novidades são os garotos promovidos do time de juniores: o lateral Raul, o volante Fransérgio, os atacantes Patrick e Marcelo e os zagueiros Manoel e Carlão. Os três últimos ainda não estrearam.

A média de idade despencou. “Sabíamos que seria um risco a utilização da garotada. É um time que ainda oscila. Tem de dar uma estabilidade e isso passa pela chegada de jogadores experientes”, avalia o técnico Geninho.

Sai que é tua!

A juventude, porém, não serve como desculpa. São justamente os mais experientes que têm decepcionado. Como o goleiro Galatto, responsável direto pela derrota de 3 a 2 para o Náutico, no último domingo.

Para alguns críticos, as falhas de Galatto são reflexo da saída do preparador de goleiros Eduardo Bahia. Em fevereiro, Bahia foi para o Santos. Quem assumiu foi Wanderley Filho, que trabalhava como auxiliar de Geninho.

Coincidência ou não, os goleiros do Furacão entraram em má fase. Galatto chegou a perder o lugar para Vinícius, que não correspondeu e voltou para o banco. Agora, com Galatto voltando a falhar, já se cogita uma nova troca.

Sem fôlego

Outra mudança está na preparação física. Moraci Sant’Anna, que já esteve nos maiores clubes do País e na seleção brasileira, deixou o Atlético em janeiro para trabalhar com o técnico Zico, no Uzbequistão.

Com a ida do Galinho para o CSKA (RUS), Moraci se ofereceu para voltar. A diretoria rubro-negra, porém, preferiu continuar com Ridênio Borges, outro integrante da comissão que acompanha Geninho.

No domingo, quando o Furacão mais uma vez caiu de produção no segundo tempo, a preparação física voltou a ser criticada. Erroneamente, segundo Geninho. “Todas as avaliações mostram que o grupo está muito bem fisicamente”, garante o treinador.

Números

O Atlético vive seu pior início no Brasileirão desde 2005 e deixa a torcida assustada com duas derrotas em casa. Afinal, ano passado o time só se livrou da degola graças a uma campanha com apenas três tropeços na Baixada.

Mas a própria trajetória de 2005 deixa claro há tempo de sobra para a reação. Naquele ano, o Rubro-Negro começou a disputa com o time reserva e só conseguiu sua primeira vitória na 10.ª rodada. Depois do início trágico, deu a volta por cima e terminou na sexta posição.

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