Pela primeira vez desde que o caso de doping veio a tona, o ciclista Lance Armstrong se pronunciou. Ele compareceu à celebração de 15 anos da fundação Livestrong, que luta contra o câncer, mas não mencionou o caso de escândalo que fez com ele perdesse patrocinadores pessoais (entre eles a Nike) e deixasse o comando da entidade.
“Foram semanas difíceis. A missão [da Liverstrong] é maior do que eu. Está acima de qualquer indivíduo”, disse o ciclista americano, em Austin, no Estado do Texas, segundo o jornal inglês “The Guardian”.
“Eu agradeço verdadeiramente o apoio de vocês. Foram semanas complicadas para mim e para minha família, meus amigos e para a fundação”, disse para cerca de 1.700 pessoas presentes no evento e que ouviram o discurso de Armstrong.
Armstrong teve câncer nos testículos em 1996. Ele conseguiu vencer a doença e criou a Liverstrong. Ele deixou a entidade na última quarta devido o escândalo de doping.
Apesar disso, o ciclista pediu que os funcionários da Livestrong mantenham a bandeira da entidade. “Há 28 milhões de pessoas que vivem com essa doença. Obrigado pelo apoio [que vocês me deram]”, disse.
A fundação tem se esforçado nos últimos dias para separar sua imagem do escândalo que envolve Armstrong. Ele foi banido do esporte pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada, na sigla em inglês), que publicou um relatório no qual relata que o ciclista concebeu e participou de um esquema de doping elaborado e sofisticado para conquistar seu sucesso na Volta da França (sete títulos).
Armstrong sempre negou ter usado substâncias proibidas durante sua carreira brilhante, mas se recusou a questionar as acusações da Usada. A entidade baniu o atleta e anulou seus resultados. A decisão ainda não foi avaliada pela UCI (União Ciclística Internacional), que prometeu se manifestar na segunda-feira.