A 6.ª etapa do Rali Paris-Dakar reservou emoções ontem para a categoria carros com o avanço dos brasileiros Klever Kolberg e Lourival Roldan, que já aparecem entre os 20 primeiros na classificação geral, além de um novo líder, o japonês Hiroshi Masuoka (Mitsubishi).
Hoje, os pilotos se despedem do Marrocos e atravessam a fronteira com a Mauritânia, um local repleto de minas explosivas. Com o 18.º lugar na etapa de ontem, o piloto Kolberg e seu navegador Roldan, a bordo de um Mitsubishi Pajero Full, ganharam seis posições na classificação geral e ocupam a 16.ª colocação. Já Masuoka foi o vencedor da Especial e desbancou o francês Stephane Petersen (quarto ontem) da liderança da categoria.
?O carro está bom e estamos fazendo uma boa prova. O único inconveniente é que às vezes enfrentamos problemas de aquecimento?, disse Kolberg. ?Deus quando criou o mundo jogou todas as pedras aqui. É um bom teste para os pneus.?
Nas motos, o brasileiro Jean Azevedo (KTM) também obteve progresso. Com o 15.º tempo desta terça passou a ser o 12.º melhor classificado no geral, que tem como líder o espanhol Isidre Esteve (KTM). Nos 803 km da etapa de ontem, sendo 351 quilômetros cronometrados, a categoria registrou dois acidentes com os italianos Giovanni Sala, que sofreu traumatismo torácico e teve ainda algumas costelas quebradas, e Andrea Cuminetti, que deslocou o ombro. Ambos abandonaram a competição.
O principal problema de Jean Azevedo tem sido as dores no ombro direito, resultantes de uma operação realizada em agosto. Nas duas últimas etapas, o piloto sentiu o desgaste físico por causa da contusão e foi prejudicado em seu desempenho.
?O problema maior é que eu fico sem força no braço direito, e se eu perder o controle da moto por causa disso, posso sofrer um acidente?, contou Azevedo, ciente de que a contusão o impede de acompanhar o ritmo dos líderes. ?Vou comendo pelas beiradas. No Dakar não se ganha, os outros é que perdem.?
Já André Azevedo e seus companheiros checos Tomas Tomecek e Mira Martinec ficaram na quarta posição ontem e permaneceram em 3.º lugar na classificação geral. O russo Vladimir Tchaguine, da Kamaz, foi o vencedor e segue na liderança.
A etapa de hoje, entre Tan Tan e Atar, na Mauritânia, é uma das mais longas do Paris-Dakar. No total, são 1.055 quilômetros, dos quais 701 quilômetros são cronometrados. A previsão é a de que a moto mais rápida faça o trajeto em aproximadamente sete horas. Os pilotos largarão à noite e enfrentarão todo tipo de terreno, com pistas de terra, areia, além de um campo minado (uma região de fronteira disputada militarmente entre os dois países).