O Palmeiras terá mais dois jogos pelo Campeonato Paulista – contra Mirassol e Linense – antes de voltar à Libertadores, mas ninguém pensa em outra coisa que não seja o jogo contra o Tigre, no próximo dia 2, no Pacaembu. Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, publicada nesta terça-feira, o técnico Gilson Kleina admitiu a pressão pela vitória neste confronto e disse que teme por nova crise em caso de tropeço, mas destacou que a eliminação na fase de grupos da competição continental “não passa pela cabeça” neste momento.
O comandante exibiu confiança apesar de o Palmeiras hoje contabilizar duas derrotas e uma vitória na Libertadores, fato que o faz figurar hoje na terceira posição do Grupo 2, com os mesmos três pontos do Tigre, quarto colocado nos critérios de desempate.
“Não passa pela nossa cabeça a eliminação, mas é claro que, não tendo o resultado esperado, a gente fica esperando uma reação negativa do torcedor e tudo o que pode acontecer. Teremos de ser blindados para enfrentar a situação. Até mesmo aqui dentro (na diretoria), sabemos que futebol é resultado e, se eles não aparecem, tudo pode acontecer”, afirmou Kleina, assegurando, entretanto, não temer a sua demissão.
Kleina ainda acredita que o atual momento do time do Palmeiras é bom e apontou evolução da equipe, que ocupa a sétima posição do Campeonato Paulista. “Fico contente em ver que o time está sendo mais dinâmico e objetivo, mas uma coisa que preocupa é que temos de definir mais”, disse o técnico, lembrando das dificuldades que estão sendo encontradas pelo ataque palmeirense para marcar gols.
Pressionado pela falta de resultados expressivos, o comandante também pede para o seu trabalho ser analisado com calma, pois enfatizou que a sua equipe “está em formação”. “Às vezes a análise é feita em cima do resultado e sei que não vou agradar a todo mundo. Quando cheguei, não consegui implementar meu padrão de jogo. Administramos a situação do ano passado e os resultados não vieram. Com o trabalho zerado neste ano, os resultados estão vindo. Cheguei ao Palmeiras pelo lado inverso. O lado difícil, negro, da pressão. Aos poucos, estamos nos reerguendo”, ressaltou.
Já ao ser questionado se ainda tem medo da torcida palmeirense, após as agressões sofridas pelos jogadores em Buenos Aires, após a derrota para o Tigre, Kleina admitiu: “Daquela maneira que agiram na Argentina, eu tenho. Se estou com a família em um lugar, nem posso reagir. Meu maior receio é que isso se torne modismo e achem que a solução é sair batendo em todo mundo”.
O treinador ainda reconheceu que o Palmeiras do ano passado era mais técnico do que o time de 2013, mas ao mesmo tempo ponderou: “O elenco atual é mais comprometido e mostra que quer ganhar alguma coisa aqui. Tecnicamente, aquele time do ano passado era melhor mesmo, mas não tinha a mesma gana que tem essa equipe”.