O queniano Wilson Kipsang venceu em grande estilo a 40ª edição da Maratona de Berlim, neste domingo, ao estabelecer um novo recorde mundial. O atleta, de 31 anos, venceu a prova com um tempo de 2h03min23, superando a marca anterior, que era de Patrick Makau, seu compatriota, também estabelecido em Berlim, há dois anos, com a marca de 2h03min38.

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“Olhando para o meu progresso na maratona e na carreira até agora, eu ainda acho que tenho potencial para correr mais rápido. Qualquer coisa abaixo de 2h03min23 posso fazer”, disse Kipsang, medalhista de bronze na maratona da Olimpíada de 2012 e vencedor da Maratona de Londres no ano passado.

Foi o oitavo recorde mundial quebrado em Berlim nos últimos 15 anos, reforçando a sua reputação de maratona mais rápida do mundo. Kipsang ganhou 40 mil euros (aproximadamente R$ 120 mil) pela sua vitória e outros 50 mil euros (R$ 151 mil) por quebrar o recorde.

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O queniano Eliud Kipchoge ficou em segundo lugar, com 2h04min05, melhorando o seu recorde pessoal em um minuto e meio, enquanto Geoffrey Kipsang, também do Quênia, foi o terceiro colocado, com 2h06min26.

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Os três fizeram um início de prova rápido, auxiliado pelos “coelhos” quenianos Philemon Rono, Philemon Yator e Edwin Kiptoo, um parceiro de treinamento de Wilson Kipsang. Eles chegaram ao 5km em 14min33, aos 10km em 29min16 e na metade da prova em 61min32, um ritmo mais rápido do que o de Makau há dois anos. Kipsang esperou até a marca de 35 quilômetros para tentar disparar. Kipchoge até respondeu, mas o vencedor se afastou novamente.

“Este é um sonho que se tornou realidade”, disse Kipsang. “Há dez anos atrás, eu assisti Paul Tergat quebrar o recorde mundial em Berlim (2h04min55), e agora eu alcancei o sonho. Eu me senti forte, então eu ataquei no quilômetro 35, porque o ritmo tornou-se um pouco lento demais”.

O brasileiro Marílson Gomes dos Santos terminou a Maratona de Berlim na sexta colocação, com o tempo de 2h09min24, sendo o primeiro atleta de fora do Quênia a cruzar a linha de chegada.

Makau não correu devido a uma inflamação no joelho esquerdo, enquanto o queniano Geoffrey Mutai não defendeu o seu título de 2012 porque decidiu se concentrar na preparação para a Maratona de Nova York em novembro.

Já a queniana Florence Kiplagat confirmou o seu favoritismo e venceu a disputa feminina da Maratona de Berlim com o tempo de 2min21s13, um minuto e meio mais lento do que sua melhor marca pessoal, com a compatriota Sharon Cherop em segundo, com 2h22min28.

“Eu me senti forte na primeira metade da corrida, mas depois eu comecei a ficar com problemas no meu pé direito, tive uma bolha que me obrigou a abrandar”, disse Kiplagat, que venceu em 2011 com sua melhor marca pessoal. “Eu encontrei condições mais difíceis do que há dois anos aqui, mas eu estou muito feliz”.

A alemã Irina Mikitenko terminou em terceiro e definiu um novo recorde para atletas com mais de 40 anos, com 2h24min54, quase um minuto mais rápido do que a marca anterior, estabelecida pela russa Ludmilla Petrova em Nova York em 2008. “Eu já tenho 41, mas isso não quer dizer nada”, disse Mikitenko. “Eu me sinto como se tivesse 20 anos com 20 anos de experiência”.

As condições climáticas foram boas na prova, com tempo seco e ensolarado, além de uma leve brisa, que cresceu mais ao longo do dia. A maratona foi iniciada pelo etíope Haile Gebrselassie, que venceu quatro vezes em Berlim, onde quebrou duas vezes o recorde mundial. Todos os oito corredores que estabeleceram recordes mundiais em Berlim estavam na largada da prova, com 41.120 corredores de 119 países.

Pela primeira vez, um muro foi erguido ao redor do parque localizado no bairro de Tiergarten, como forma de reforça a segurança após a Maratona de Boston, em abril, ser alvo de um atentado em que três pessoas morreram e cerca de 260 ficaram feridas.