Nesta última terça-feira (1º), a direção do Atlético, enfim, confirmou a contratação do meio-campo Kelly, 33 anos, como o mais novo reforço do clube. Parte da torcida já estava impaciente com a demora no acerto, já que o jogador está desde março no CT do Caju se recuperando de uma cirurgia realizada no joelho.
Pretendido pelo Santos, Kelly resolveu assinar com o Furacão pela identificação que tem com o clube da Baixada. O jogador, ídolo no final da década de 90, só traz boas recordações para o torcedor atleticano. Uma delas é o passe espetacular de letra para Lucas marcar o gol da vitória contra o Paraná, na semifinal do Paranaense de 2000. O lance antológico rendeu uma placa a Kelly como um dos gols mais bonitos da Arena da Baixada.
Kelly formou no Atlético um dos maiores quartetos da história do clube, juntamente com Adriano, Lucas e Kléber: o quadrado mágico. Com eles, o Atlético foi campeão da seletiva para a Libertadores em 1999 e chegou a sua primeira competição continental no ano seguinte.
Em 2001, Kelly foi negociado com o futebol japonês e, desde então, não atuou mais pela equipe do Atlético. Os torcedores nunca esqueceram tudo o que Kelly fez pelo clube, e o jogador não vê a hora de entrar em campo novamente para retribuir esse carinho da torcida.
Confira abaixo uma entrevista exclusiva com o jogador, um dos símbolos da história recente do time rubro-negro.
Paraná-Online – Como você está clínica e fisicamente?
Kelly: Faz uns três meses que estou me recuperando da cirurgia e já estou totalmente recuperado. A parte da fisioterapia já está completa. Agora estou fazendo trabalhos físicos e de fortalecimento muscular.
Paraná-Online – Quando ficará a disposição do Roberto Fernandes?
Kelly: Eu não gosto de especular datas. O trabalho está sendo feito passo a passo. Quando eu responder bem a esse trabalho, devo ficar a disposição.
Paraná-Online – Qual a expectativa de voltar a vestir a camisa do Atlético?
Kelly: Estou muito feliz. Já havia um interesse de ambas as partes para que ocorresse o acerto. Devido à longa recuperação, isso demorou um pouco para acontecer. Mas estou muito contente em voltar ao clube que me projetou nacionalmente e até internacionalmente. Eu sinto o carinho dos torcedores nas ruas. É um clube que eu me identifico bastante.
Foto: Allan Costa Pinto |
Kelly segue treinando no CT do Caju para aprimorar a forma física. |
Paraná-Online – Quais jogadores do atual elenco você conhece. Já jogou com algum deles?
Kelly: Eu conheço o Alan Bahia, de 2001. Ele ainda era um garoto que estava começando dentro do futebol. Joguei com o Galatto no Grêmio, no ano passado. Dos outros que estão aí devo ter jogado contra quase todos.
Paraná-Online – O que a torcida pode esperar do Kelly nessa volta?
Kelly: Com certeza dedicação e vontade não vão faltar. Isso é obrigação para mim. Eu sei que o tempo passa e tenho consciência que não vou carregar o time nas costas. O Atlético têm um conjunto e o trabalho será com o grupo.
Paraná-Online ? O Atlético conta com alguns bons jogadores para a posição de meio-campo, como o Netinho, o Ferreira, o Júlio dos Santos. Onde se encaixa o Kelly nesse time?
Kelly: Eu estou a disposição. Em nenhum momento quando a gente assina um contrato diz se deve ou não ser titular da equipe. Isso só o trabalho vai dizer. O meu compromisso é fazer o melhor para o clube independentemente se serei titular ou não.
Paraná-Online ? Aonde o Atlético pode chegar neste Brasileirão?
Kelly: O Atlético já provou que tem condições de disputar títulos e agora não será diferente. O campeonato brasileiro é muito equilibrado. Eu sei que ainda é cedo, mas dá para chegar ao título.
Paraná-Online ? O Kelly de hoje pode jogar como o de 2000?
Kelly: (risos) A técnica é a mesma. São dois pesos e duas medidas. Se não tenho mais aquela velocidade de antes, hoje, sou muito mais experiente.