Apontado por lideranças políticas mineiras como um candidato com potencial para receber cerca de 500 mil votos nas próximas eleições, o presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, anunciou nesta quinta-feira que não vai mais concorrer ao cargo de deputado federal nas próximas eleições de outubro, pelo PSB. O mandatário do clube justificou a decisão pelo “momento” vivido pelo time no Campeonato Brasileiro. O time mineiro ocupa, até agora, a 8ª posição na tabela.
Segundo ele, a equipe precisa da sua “presença”, o que seria inviável durante este período de campanha eleitoral. Apesar de responsabilizar o mau momento do time por sua decisão, o dirigente sinalizou que a morte do presidenciável Eduardo Campos também teria tido influência no processo. “Fiquei muito abalado com a morte do Eduardo (Campos), que veio a Belo Horizonte me filiar e infelizmente aconteceu o que todos nós sabemos que aconteceu. Isso me abalou profundamente, fiquei muito triste com a morte dele”, disse.
O presidente do Atlético também deixou claro que os rumos do PSB após a morte de Campos e a indicação da ex-senadora Marina Silva para ocupar o seu lugar também teve grande influência na sua decisão. “Nada neste partido me interessa. O que me interessava, caiu de avião. Nem piso no partido”, criticou o presidente do Atlético.
Conhecido pela sua impulsividade, retratada frequentemente em posts no Twitter, onde anuncia contratações e demissões de jogadores, Kalil não deixou de alfinetar o arquirrival Cruzeiro, dizendo que o torcedor atleticano não gosta de misturar política com futebol, em uma clara referência ao senador Zezé Perrella, ex-presidente do Cruzeiro, e ao atual presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares, candidato à deputado estadual.
“Temos de cuidar do Atlético. Isso aqui não é Cruzeiro. A torcida do Atlético não aceita ninguém aproveitar nada do Atlético. Entendo isso porque também nunca aceitei. Então, estou livre desta m… de política. Não vou me rebaixar a ser político também”, desabafou.
Com a decisão, Kalil segue à frente do Atlético até o fim de seu mandato, no dia 31 de dezembro de 2014. Até lá, o clube disputará o restante do Brasileiro e a Copa do Brasil. “Não quero levar nada deste clube, quero levar o carinho da minha torcida, eu quero levar o amor. Não de 400 ou 500 mil atleticanos que iriam votar seguramente em mim, como os políticos experientes falaram”, afirmou.