Kalil Rocha Abdalla se pronunciou após retirar a candidatura à presidência do São Paulo e confirmou que teve como objetivo frear a votação do projeto de cobertura do Morumbi, previsto para acontecer logo depois do pleito presidencial. Como não tinha chance de vitória após ver o grupo de Carlos Miguel Aidar conquistar 49 das 80 cadeiras do Conselho Deliberativo na eleição do último dia 5, o oposicionista optou por esvaziar a disputa desta quarta-feira e postergar a aprovação da cobertura, orçada em R$ 460 milhões. Para votar o projeto era necessário o quórum de 75%, que não será atingido.

continua após a publicidade

“Não posso aceitar a eleição da maneira como está sendo conduzida. Se tivesse duas listas de presença, seria uma coisa, mas botaram uma lista única com o objetivo de aprovar aquele maldito projeto e isso não posso concordar e nem meu grupo concorda”, afirmou Kalil, que depois leu um comunicado à imprensa.

O boicote já vinha sendo articulado há alguns dias, mas rachou a base de oposição. Principal aliado de Kalil, Marco Aurélio Cunha era amplamente contra não comparecer com o argumento de que a medida faria ruir o capital político construído pela oposição. “A oposição não rachou, está praticamente unida. Pode ter um ou outro que não queira”, disse Kalil, que não teve Marco Aurélio ao seu lado.

Restam agora duas alternativas a Aidar: a primeira é convocar mais uma vez o conselho e tentar juntar o quórum necessário ou então mudar o estatuto para garantir que o projeto seja votado em maioria simples, hipótese que o próprio presidente não gostaria de tomar.

continua após a publicidade

“O estatuto é feito para a vida do clube, não é uma carta impenetrável que congela as atividades do clube, eles caminham juntos e ele já foi modificado dezenas de vezes para se adaptar. É da vida”, pontuou o agora ex-presidente Juvenal Juvêncio em conversa com o Estado antes da eleição.