O primeiro-ministro italiano e principal dirigente do Milan, Silvio Berlusconi, teria dito a jornalistas, na quarta-feira (9), durante cúpula do G-8 (grupo formado pelos sete países mais ricos do mundo, além da Rússia), no Japão, que "Kaká não quer ir (para a Olimpíada), ele está cansado". O fato irritou o meia, que nesta quinta divulgou nota, por meio de sua assessoria de imprensa, negando o desejo de descansar em vez de ir à China.
O jogador, em todos os momentos, declarou que gostaria de defender o Brasil em Pequim para "buscar a inédita medalha de ouro para o País", mas não foi liberado pelo Milan. O clube, aliás, publicou em seu site, já em maio, o veto à presença de Kaká nos Jogos, alegando que o craque precisava de descanso e participaria da pré-temporada com o restante do elenco.
"O veto partiu oficialmente do Milan, na figura de seu presidente em exercício, Adriano Galiani, e foi publicado no site oficial da equipe", destacou o comunicado da assessoria de Kaká. "Em nenhum momento (Kaká) conversou com o primeiro-ministro Silvio Berlusconi sobre assuntos relacionados ao futebol, respeitando sempre as decisões do presidente do Milan, Adriano Galiani".
O próprio Milan voltou ao tema nesta quinta (10), desmentindo as afirmações de Berlusconi. Em seu site oficial, confirmou não ter dado o aval para que o meia defendesse o Brasil na Olimpíada. "Com referência às notícias surgidas no Brasil a propósito da participação de Kaká nos Jogos de Pequim, o Milan reafirma a posição já manifestada anteriormente em diversas ocasiões, não concedendo ao jogador a permissão para integrar a seleção olímpica brasileira".
Dunga mostrou insatisfação com a ausência de Kaká na seleção. O treinador acredita que o craque poderia ter se esforçado mais com a diretoria do Milan para obter a liberação. O jogador garante que fez tudo o que pôde e que não poderia contrariar ordens do clube.