Ainda não deve ser nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, que o Brasil contará com novos tenistas de ponta no circuito com grandes chances de brigar pela medalha de ouro. Com uma trajetória de destaque no juvenil, o trio formado por Orlando Luz, João Menezes e Marcelo Zormann acredita que ainda precisará de mais experiência para repetir no profissional as conquistas nas competições de base.

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“A transição para o profissional vai ser longa. Deve demorar em torno de dois ou três anos para a gente conseguir se firmar”, diz João Menezes, de 17 anos. Este é o tempo que o jovem mineiro, que treina em Itajaí (SC), acredita que vai levar até disputar os primeiros qualifying da ATP.

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Antes de mirar alto, Menezes vai se despedir do circuito juvenil nesta temporada porque alcançará a maioridade em outubro. A partir de janeiro, ele e Zormman, que fez 18 anos em junho, vão reforçar a participação em torneios de nível Future, abaixo de Challenger e das competições da ATP.

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“Vamos jogar torneios mais fortes. Estou com uma expectativa muito boa para começar a jogar as competições profissionais”, afirma Menezes, que acompanhou a equipe brasileira na Copa Davis no fim de semana.

Zormann, que treina no Instituto Gaúcho de Tênis, em Porto Alegre, também se mostra ansioso pelos maiores torneios. E acredita que o trio não terá grande dificuldade para se adaptar à nova realidade.

“Como a gente já vem jogando uns torneios profissionais, não está sendo tão difícil encarar esse nível dos Future. A dificuldade maior vai ser para se firmar entre os Challenger”, diz Zormann.

Para superar os obstáculos inerentes a este reinício de trajetória, o trio aposta na amizade construída nos últimos anos. “A gente viaja sempre juntos para todos os torneios. É sempre um torcendo pelo sucesso do outro. Mesmo que você não foi tão bem e seu colega conseguiu avançar mais que você, chegar em uma final, a gente sempre está torcendo para ele”, afirma Menezes.

Caçula do trio, Orlando Luz tem 16 anos e, portanto, mais duas temporadas para disputar o circuito juvenil. Mas, embalado pelo título de duplas em Wimbledon e nos Jogos Olímpicos da Juventude, ambos ao lado de Zormann, Orlandinho já tenta dar mais atenção às competições profissionais na próxima temporada.

“Vou voltar para o Brasil depois de disputar a Copa Davis Júnior, treinar algumas semanas e começar a jogar torneios profissionais. Acabando o ano, não sei como vai começar o meu calendário. Mas vou jogar esses Future”, projetou o tenista que é treinado por Larri Passos, ex-técnico de Gustavo Kuerten, em Balneário Camboriú.

A preocupação do trio com a transição para o profissional se justifica diante das incertezas da carreira no ambiente mais competitivo da ATP. Alagoano de futuro promissor no tênis, Tiago Fernandes surpreendeu o mundo do tênis ao anunciar sua aposentadoria no mês passado, aos 21 anos.

Campeão juvenil do Aberto da Austrália, em 2010, o então pupilo de Larri Passos teve dificuldades para repetir no profissional os resultados do juvenil. E acabou optando por deixar o tênis e investir na faculdade de Engenharia Civil, em Maceió.

A aposentadoria precoce de Fernandes, contudo, não preocupa Orlandinho, maior esperança da torcida. Ele diz estar preparado para os desafios do futuro. “A gente tem a cabeça preparada, já tem vários modelos de jogadores juvenis que foram muito bem e acabaram indo mal no profissional. Já tenho minha cabeça formada, o tênis é composto de vitórias e derrotas”, pondera.