A Justiça suíça não deverá conceder o direito a José Maria Marin para que aguarde a eventual extradição em liberdade. Segundo o Departamento de Justiça de Berna, o brasileiro não tem propriedades na Suíça e haveria um “risco de fuga” se ele recebesse permissão para ir a um hotel. Há dois dias, a Justiça norte-americana entregou um pedido oficial para que os sete dirigentes detidos em Zurique sejam extraditados. Como a reportagem antecipou, Marin se recusou a ser extraditado e vai perpetrar um recurso.

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Enquanto isso, porém, permanecerá preso. “A norma é a de não conceder a liberdade condicional nesses casos”, declarou Folco Galli, porta-voz do governo suíço. Segundo ele, o fato de Marin ser um estrangeiro ainda agrava essa situação diante da falta de um elemento que o manteria no país.

Se o governo norte-americano não apresentar provas em 40 dias, os sete dirigentes seriam liberados. Mas O processo de extradição pode levar até seis meses e, enquanto isso, ele está em uma cela individual com banheiro, numa prisão modelo da Suíça. O Departamento de Polícia do país alpino revelou que o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, “passa bem” e que está recebendo todos os serviços que são garantidos a detentos, inclusive assistência jurídica. Mas as autoridades decidiram dividir os dirigentes presos nesta semana em diferentes locais para evitar que possam “conversar ou trocar informações” sobre o caso.

À reportagem, o porta-voz da Polícia de Zurique confirmou que o brasileiro está em uma das prisões da região. Mas evitou dar a localidade exata por “motivos de segurança”. “O que podemos garantir é que todos os direitos humanos do brasileiro estão sendo assegurados”, afirmou.

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Ele garantiu que Marin “passa bem” e que não tem apresentado qualquer tipo de problemas de saúde. A comida, segundo o governo, seria “muito adequada”. Durante a Copa do Mundo de 2014, ao ver a seleção perder de 7 a 1 para a Alemanha, Marin teve de ser medicado. Agora, em uma cela individual, o brasileiro de 83 anos ainda tem banheiro privado.

Mas o que os suíços quiseram garantir é que fosse afastado de qualquer outro cartola. “Não queremos que haja uma troca de informações”, insistiu.

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Marin, porém, não solicitou assistência do governo brasileiro ao ser detido em Zurique. Informações do Itamaraty indicam que, apesar de o cartola ter o direito de pedir um acompanhamento do consulado e de diplomatas, nenhuma medida foi tomada neste sentido.

Todos os brasileiros tem direito a receber tal ajuda, principalmente em casos de extradição. Como princípio, o Brasil não aceita entregar a uma Justiça estrangeira um cidadão do País.

Marin foi preso em Zurique e aguarda numa prisão da região da cidade uma eventual extradição aos Estados Unidos. Segundo fontes próximas à CBF, ele passou a última quinta-feira em busca de advogados na Suíça e nos EUA e deve resistir à extradição.

Ao sair preso do hotel, Marin estava abatido. Segundo pessoas que acompanharam a detenção, ele teria apenas dito. “Mas sou só eu? Onde estão os outros?”.

No Brasil, a CBF já afastou o dirigente. Já a Fifa o puniu com uma suspensão temporária de todas as atividades relacionadas ao futebol.