Na justiça. De novo

Justiça do Trabalho determina mais cinco dias sobre o caso Nathan

Mais cinco dias. Esse é o prazo dado pela Justiça do Trabalho para voltar a se pronunciar sobre a polêmica envolvendo Atlético e o meia-atacante Nathan. O prazo começou a contar ontem, mas como o último dia dessa sequência é sábado, somente na segunda-feira a juíza Karina Amariz Pires deve se pronunciar sobre o acolhimento ou não do pedido de tutela antecipada feito pelos advogados do clube, que garante a renovação automática do contrato do jogador por mais dois anos.

O imbróglio, que passou de simples reuniões formais nas dependências do clube, para um processo no Tribunal Regional do Trabalho, parece que será realmente decidido pela Justiça. O clube crê que está respeitando tudo que a Fifa, a Lei Pelé e a legislação determinam sobre a ampliação do vínculo. De acordo com o contrato firmado entre Nathan e Atlético, o qual O Paraná Online teve acesso, a cláusula 16.2 determina que a prorrogação entre em vigor por interesse de qualquer uma das partes, basta que o interessado comunique a outra parte entre 1º de março e 1º de maio deste ano. O Atlético exerceu o seu direito por intermédio de uma notificação extrajudicial (os documentos constam em anexo no processo). O atleta contra-argumentou e disse não aceitar a manutenção dos termos originais para um novo vínculo.

De acordo com o advogado Marcelo Ribeiro, representante legal de Nathan, o jogador manifestou o claro interesse em não mais permanecer no clube. Na audiência, contudo, o próprio Nathan afirmou que não pretende prejudicar o Atético. “Houve um desgaste grande nos últimos meses, mas o próprio Nathan, perante a juíza, disse que não tem interesse em sair e deixar o Atlético ao Deus-dará. Ele disse que o melhor é fazer um acordo e proporcionar um ressarcimento ao clube”, explicou.

Ao refutar o reajuste de R$ 6 mil (o salário era de R$ 1,4 mil até janeiro) para R$ 20 mil mensais, além de luvas no valor de R$ 1 milhão, os advogados fizeram uma contraproposta para o clube. O Atlético seguiria com a preferência de negociação de Nathan até dezembro (pelo contrato atual, a partir de 31 de outubro o meia pode assinar pré-contrato com qualquer equipe) e passaria 20% dos direitos econômicos ao jogador. É aí que mora a grande questão.

Para o especialista em direito esportivo, Bichara Abidão, será difícil para o Atlético encontrar um clube comprador diante do atual quadro jurídico do caso. “É um caso curioso, pois realmente há jurisprudência para os dois lados”, afirmou. “Não vai ser fácil o atleta em litígio com o clube encontrar um terceiro clube interessado em assinar um pré-contrato, sobretudo se for um clube estrangeiro. Deixaria de ser uma disputa local, para se tornar uma questão internacional. Não sei se algum clube vai querer comprar essa briga hoje”, afirmou.

Por isso não está descartado um acordo por fora da esfera judicial. A partir do novo posicionamento da juíza do Trabalho previsto para segunda-feira, as conversas (que segundo o advogado do atleta estão acontecendo) podem tomar o rumo definitivo. “Tá em aberto a situação. Houve um avanço nas conversas depois da própria audiência. Está se cogitando uma situação ou outra que possa conduzir para uma transação entre Nathan e o Atlético”. A audiência de instrução foi marcada para 26 de março.

Os direitos econômicos de Nathan estão divididos da seguinte forma: 70% são do Atlético, 15% de Osmair Goebe e outros 15% da empresa Faro Agenciamento Esportivo, ambos responsáveis pela intermediação da ida do meia para o Furacão.

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