Quem pensa que o fato de chegar tão perto de sua terceira olimpíada, ficando só a uma posição de se garantir em Beijing, desanimou o triatleta Juraci Moreira, está enganado. Antes mesmo de retornar do Mundial no Canadá, onde foi realizada a seletiva olímpica final, o medalha de bronze no Pan Rio 2007 já decidiu iniciar um novo ciclo, priorizando provas no Brasil neste segundo semestre, sem deixar de pensar em nova classificação para Londres 2012.
Apesar de ainda alimentar chances de competir na China, caso ocorra alguma desistência, ele já planeja a continuidade de suas provas no Brasil. ?A ITU informará se houve alguma mudança no dia 6 de julho, mas já não conto muito com isso. E já tracei minhas metas. Fiquei chateado por não conseguir a vaga, ainda mais por essa diferença mínima, mas não desanimei e nada melhor do que as adversidades para nos fortalecer?, comentou.
?Com certeza, quero estar no próximo ciclo olímpico, representando o Brasil nos Jogos Sul-Americanos de 2010, no Pan de 2011 e em Londres, em 2012. Vou trabalhar para estes três eventos desde já?, comunicou Juraci, que terminou o ranking olímpico a apenas uma posição da lista dos classificados.
A diferença para o italiano Emilio Daquino foi de 9,9 pontos, ficando a incríveis 0,6% dos pontos que precisava, tornando-se o primeiro reserva da lista olímpica. ?Agradeço todo o apoio que tive da minha família, dos meus patrocinadores, da CBTri e do COB, por ter proporcionado condições para lutar por esta vaga. E podem ter certeza de que lutei até o final. E espero continuar com essas mesmas parceiras até 2012, porque agora, mais do que nunca, quero estar na próxima olimpíada?, afirmou.
Enquanto aguarda a chegada do novo ciclo olímpico, Juraci Moreira intensificará as suas forças nas provas no Brasil até o final de 2009. Entre os focos estará o Troféu Brasil de Triathlon, onde foi campeão em 2005. ?Quero divulgar a modalidade pelo País e poder dar mais visibilidade ao esporte aqui dentro de casa?, frisou o competidor de Curitiba.
ESTIRAMENTO – Juraci Moreira teve a sua atuação no ranking olímpico prejudicada em função de um estiramento na panturrilha esquerda durante a Copa do Mundo, na Austrália. Na ocasião, foi obrigado a abandonar a prova quando estava entre os top 25. Na semana seguinte, foi para o sacrifício na etapa da Nova Zelândia, completou a disputa, porém sem marcar pontos, perdendo duas provas fundamentais em sua programação para a conquista da vaga.
Recuperado da lesão, ele voltou a competir muito bem no Pan-Americano da modalidade, no México. Chegou a estar em segundo lugar e terminou na quarta posição, a apenas 11 segundos da medalha de prata. Depois, na Copa do Mundo da África do Sul garantiu o 13º lugar, entrando novamente no seleto grupo para Beijing. Já na Copa do Mundo da Espanha, abandonou durante o ciclismo, devido a uma hipotermia.
Também este ano, ele garantiu resultados de destaque. Logo no dia 6 de janeiro foi o vencedor da Copa Continental Vina Del Mar, no Chile, a prova de abertura do Circuito Mundial de Triathlon. Na sequência, foi o terceiro lugar na Copa Continental La Paz, na Argentina. Os dois pódios o credenciaram a seguir na briga por Beijing. No Brasil, teve outras duas marcantes conquistas, com o título individual e por equipes do Mundialito de Fast Triathlon, em Santa Catarina, e o pentacampeonato no Sesc Triathlon de Caiobá, no Paraná.