O esforço valeu a pena. Há um mês da prova, o triatleta brasileiro Juraci Moreira foi confirmado nesta sexta-feira (18) nos Jogos Olímpicos de Beijing, pela International Triathlon Union (ITU), entidade que comanda a modalidade no mundo. Depois de ficar de fora por apenas uma posição, somente a 10 pontos da vaga, ele ganhou o direito de disputar a sua terceira olimpíada, porque o Comitê Olímpico da Áustria decidiu não levar um de seus atletas à China.
Juraci foi pego de surpresa e não escondeu a felicidade. “No fundo, no fundo, eu sempre tive esperanças. Não me via fora da Olimpíada, apesar de já estar conformado. Sempre tive pensamento positivo”, disse Jura, que pela circunstância com que garantiu a vaga, acredita em uma boa atuação na disputa chinesa.
“Toda a dificuldade dessa vaga, a história, a novela, acredito que vai me motivar mais. Tive o gosto de perder essa chance e então sei do valor e quero aproveitá-la competindo da melhor forma possível”, afirmou o triatleta. “O bom foi que não parei, não desanimei após as seletivas e continuei treinando forte e competindo, como no Troféu Brasil de Triathlon, uma prova bem forte. Isso vai ajudar”, comentou.
Ainda sobre a preparação, ele ressaltou que não há muito o que mudar, faltando um mês para a competição. “Claro que se já estivesse com a vaga, teria feito um treinamento voltado para as provas da ITU, com vácuo, mas estou confiante, treinado. O melhor de tudo é que os meus patrocinadores me deram total apoio, me incentivaram”, relatou.
Na Olimpíada, ele terá como companheiros o paulista Reinaldo Colucci, estreante no evento, e a brasiliense Mariana Ohata, também em sua terceira participação. A prova masculina será disputada no dia 19 de agosto, uma dia após a feminina.
Histórico
Vale lembrar que Juraci Moreira teve como grande obstáculo à vaga olímpica um estiramento na panturrilha esquerda, durante a Copa do Mundo, na Austrália. A lesão o obrigou a abandonar a prova, quando estava entre os top 25, e também o prejudicou na disputa seguinte, na Nova Zelândia, onde não pontuou. Duas provas fundamentais na sua programação para a conquista da vaga.
Depois, já recuperado, foi o quarto colocado no Pan do México. Chegou a estar em segundo lugar e terminou na quarta posição, a apenas 11 segundos da medalha de prata. Na Copa do Mundo da África do Sul voltou a competir bem, com o 13º lugar, entrando novamente no seleto grupo para Beijing. Já na etapa da Espanha abandonou durante o ciclismo, devido a uma hipotermia.
A decisão, então, ficou para o Mundial, no Canadá, ficou em 39º lugar, ficando a uma posição da classificação. Na competição teve uma disputa particular com o italiano Emilio D’Aquino, que terminou em 46º lugar e ficou com a última vaga. A diferença no ranking foi de apenas 10 pontos, de um total de 1.725 marcados.