As categorias de base, por muitos anos, estiveram intimamente ligadas à Vila Olímpica do Boqueirão. De lá, saíram jogadores do porte de Lúcio Flávio, Tcheco, Paulo Miranda e Ricardinho. Além de jogadores de nível técnico acima da média, o Paraná também sempre produziu material humano para garantir sustentação em momentos de dificuldades financeiras. Em 2008, o clube decidiu dar “o pulo do gato” com o Ninho da Gralha. A parceria, de 12 anos, porém, viveu momentos de grande turbulência e após quatro temporadas já há quem aposte em mudanças.
O primeiro revés surgiu quando René Bernardi e Marlo Litwinski romperam a sociedade na Base (Bom Atleta Sociedade Empresarial). Por força de contrato, Base e Paraná dividem meio a meio as despesas mensais de manutenção do Ninho da Gralha, que giram em torno de R$ 200 mil. Há algum tempo, convencionou-se que o clube pagaria as despesas de manutenção e a Base os salários dos funcionários de Quatro Barras. Mas por diversas vezes o clube mesmo, num momento de reconhecida dificuldade financeira, tem sido obrigado a “socorrer” o parceiro.
Coincidência ou não, desde a mudança das categorias de base para o CT, o Paraná não conquistou mais nenhum título de destaque. O mais recente foi o estadual de juniores de 2007. “É um exemplo claro de que algo deve mudar na forma como esta área tem sido conduzida”, reconhece Marcelo Nardi. Mesmo sem ter hoje uma grande aposta na base, em janeiro o Tricolor irá promover pelo menos seis jogadores para o time principal. Uma necessidade, diante da dificuldade de se armar uma equipe sem recursos para a disputa da Copa do Brasil, a partir de 7 de março.