Leverkusen – Ele escolhe as palavras do mesmo jeito como arruma a bola em uma cobrança de falta: com extremo cuidado. Um golpe mais forte e ela vai para fora. Um vacilo diante de uma pergunta venenosa e adeus esperança de entrar para a história disputando um jogo de Copa do Mundo. Todo o cuidado é pouco – e insuficiente.

continua após a publicidade

O coração de Juninho, apontado como titular virtual e, na pior das hipóteses o 12.º jogador de Parreira, está apertado. Já se foram dois jogos e ele ainda não saiu do banco. Nem sabe se vai sair.

Ontem, Juninho foi um dos escolhidos para falar com os jornalistas brasileiros. Os outros dois foram Cicinho e Fred.

Sentado ao lado dos dois companheiros, Juninho parecia agoniado. Talvez escolhesse a melhor maneira de responder à pergunta inevitável: como você está se sentindo não tendo chance de jogar um minuto sequer até agora?

continua após a publicidade

?Olha, sei que tenho condições de jogar, quero jogar, mas não depende de mim, depende do Parreira. Tenho de respeitar – ele e os companheiros. Se estou decepcionado? Não chega a ser uma decepção. Ainda. Queria participar pelo menos em um jogo, mas ainda faltam cinco até a final e espero que estejamos lá. Quanto a ser aproveitado ou não contra o Japão ou mais para a frente, não posso comentar. Por favor, perguntem ao Parreira.?

Depois de Robinho, que já entrou duas vezes, Juninho Pernambucano é o reserva mais requisitado pela imprensa para compor o time titular. É duro arrumar um lugar para ele que, na cabeça de Parreira, é reserva de Kaká, embora tenha características diferentes.

Campanha

continua após a publicidade

Toda a boa vontade com relação a Juninho, ao contrário de confortá-lo, está é incomodando o craque, que em cinco anos no Lyon da França levou o time a cinco títulos e o tirou do ostracismo. ?No meu caso, muito pedido por mim às vezes atrapalha. Soube que o Parreira ficou chateado outro dia, com tanta gente perguntando por que eu não era escalado. Prefiro que esqueçam isso um pouco.?

Outro temor manifestado por Juninho ontem é que, quando a oportunidade surgir – seja na quinta-feira contra o Japão ou durante o mata-mata -, não possa mostrar todo seu futebol por conta da falta de ritmo.

Ele não joga uma partida oficial desde 13 de maio, quando acabou o Campeonato Francês.