A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) informou que divulgará o resultado do julgamento da Mercedes e da Pirelli, realizado nesta quinta-feira, em Paris, apenas no dia seguinte após as defesas apresentadas pela equipe e pela fornecedora única de pneus da Fórmula 1. A duas marcas se defendem das acusações feitas por Ferrari e Red Bull, que dão conta de que a escuderia alemã obteve uma vantagem injusta sobre as outras equipes da F1 ao participar de testes privados de compostos com a Pirelli durante esta temporada.
A FIA explicou que dará o seu veredicto sobre o caso apenas nesta sexta-feira pelo fato de que o julgamento desta quinta se entendeu até o início da noite (no horário europeu). Entretanto, por meio de comunicado oficial, enumerou os principais pontos da audiência realizada no Tribunal Internacional da entidade, em Paris, trazendo os argumentos da própria FIA e os da defesa de Mercedes e Pirelli.
No primeiro dos tópicos que destacou, a FIA reiterou a sua posição de que a Mercedes acabou tendo uma vantagem sobre as outras equipes da F1 ao realizar testes de pneus no circuito de Barcelona, entre os dias 15 e 17, usando o seu carro de 2013, sem a permissão oficial da entidade. O regulamento da categoria só permite a realização deste tipo de teste com modelos de pelo menos dois anos atrás.
O organismo também reforçou que os testes não podem ser considerados legais ao rejeitar a versão da Mercedes de que a equipe teria consultado Charlie Whiting, diretor de provas da FIA, para andar com pneus da Pirelli fora dos finais de semana de corrida. A entidade alega que o contato foi apenas informal e que o dirigente não sabia da realização dos testes em Barcelona, assim como enfatizou que os mesmos só poderiam ter ocorrido se outras escuderias tivessem oportunidade similares de fazê-los. Para completar, a FIA alega que a Pirelli não convidou outras equipes para participar deste teste.
“Ao realizar o teste ‘sem o conhecimento, consentimento e participação de outros competidores’ a FIA argumentou que Pirelli e Mercedes poderiam ter violado o Artigo 151c do Código Internacional Esportivo, que condena ‘qualquer conduta fraudulenta ou qualquer ato prejudicial aos interesses de qualquer competição ou aos interesses do automobilismo em geral”, informou o site oficial da F1 nesta quinta.
Em sua defesa, a Mercedes argumentou que não teve vantagem sobre os rivais ao realizar os testes em Barcelona e, caso seja punida, cobrou a aplicação de uma sanção também contra a Ferrari por ter feito um teste com a Pirelli no início deste ano com um carro de 2011. A escuderia alegou que não deve ser punida por acreditar que as diferenças de performance entre um monoposto de 2011 e outro de 2013 são “minúsculas”, assim como disse, nas alegações finais de sua defesa, que não merece ser punida também por ter agido com “boa-fé” neste caso.
A Pirelli, por sua vez, argumentou que, como um fornecedor único de pneus da Fórmula 1 e não um competidor direto da categoria, não pode estar sob a jurisdição da FIA para tais questões disciplinares. Para completar, chegou a alegar que não tem culpa pelo fato de a Mercedes ter colocado na pista o seu carro deste ano, o W04, nos testes realizados em Barcelona. A empresa ainda nega que restringiu a possibilidade da realização de testes apenas para a equipe alemã.