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Juíza acusa dirigente de fazer ameaça de morte durante julgamento

O ex-presidente da Federação Peruana de Futebol, Manuel Burga, teve a liberdade condicional restringida nesta quarta-feira por ter feito ameaças de morte durante o julgamento do escândalo de corrupção da Fifa, realizado em Nova York. O ex-dirigente é suspeito de ter se dirigido ao empresário argentino Alejandro Burzaco e feito um gesto como se cortasse a sua garganta.

A fiscal da Justiça norte-americana Kristin Mace encaminhou à juíza Pamela Chen o pedido para apertar a restrição ao peruano após vê-lo fazer o gesto enquanto o argentino prestava depoimento. De acordo com a fiscal, Burga simulou a decapitação de Burzaco na terça e na quarta-feira ao passar a mão na altura do pescoço. Após ver um desses movimentos, o empresário, que é testemunha de acusação, começou a chorar.

Burzaco era chefe de marketing da empresa Torneos y Competencias e contou durante o depoimento ter pago propinas a Burga, ao ex-presidente da CBF, José Maria Marín, e ao ex-mandatário da Conmebol, Juan Angel Napout. “O gesto pode ser um esforço para intimidar o testemunho dele”, disse a juíza.

Já o advogado do peruano, Bruce Udolf, disse que o seu cliente passou a mão sobre o pescoço para coçar a pele e atribuiu o choro do argentino à morte do advogado Jorge Delhon, que se suicidou em Buenos Aires depois de ser citado entre um dos beneficiários dos pagamentos ilícitos. “Ele (Burga) é um homem gentil, manso e tímido. Eu nunca vi uma indicação de que ele estivesse fazendo algum gesto”, disse.

Pela ordem judicial, Burga, que já cumpre prisão domiciliar após pagar fiança, não terá mais acesso a computador e só poderá usar o telefone para falar com o advogado. O peruano já é monitorado em tempo real por uma tornozeleira eletrônica.

A juíza disse ter tomado a decisão por estar seriamente preocupada com o andamento e afirmou ter provas em vídeo do gesto de Burga. O material de gravação, no entanto, não foi divulgado.

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