A taxa de mortalidade dos futebolistas profissionais italianos é superior à da população, revela amplo estudo epidemiológico efetuado pelo juiz de instrução, Raffaele Guariniello, que há anos trabalha nos processos sobre a dopagem no “calcio”. O magistrado teve a atenção despertada pelo número excessivo de mortes de jogadores causando verdadeira psicose nos meios do futebol, principalmente após a morte de antigo jogador do Genoa, Gianluca Signorini, em novembro de 2002.

Gianluca Signorini, que atuou também no Parma e na Roma, perdeu a voz em maio de 2001. Comunicava-se por meio de computador. Depois de três anos de sofrimento, Signorini morreu aos 42 anos, vítima da doença também chamada síndrome de Lou Gehrig, referência ao jogador de beisebol norte-americano, o primeiro atleta vítima desse mal. Ele degenera progressivamente a massa muscular, mas o cérebro permanece lúcido até os instantes finais de vida.

Dos 400 casos de jogadores mortos a partir de 1960, pelo menos 70 casos são altamente suspeitos, segundo afirma o juiz. Ele chega a admitir a hipótese de 47 homicídios involuntários de 1970 até hoje, sendo que o número de vítimas de câncer é duas vezes superior a da população normal. No caso de esclerose lateral amiotrópica a probabilidade era de apenas mais um caso, mas o resultado foi surpreendente e trágico, pois 45 jogadores foram atingidos pela doença, e 13 já morreram.

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