Os judocas de todo o mundo têm mais quatro meses apenas para garantirem classificação para os Jogos Olímpicos de Londres. A seleção brasileira, porém, não quer perder tempo, nem correr risco. Para isso, projeta aproveitar o Masters de Judô, que acontece neste fim de semana no Casaquistão, para assegurar a vaga olímpica para o maior número possível de atletas do País.
A competição é a terceira que mais distribui pontos para o ranking mundial, apenas atrás dos Jogos Olímpicos e do Campeonato Mundial. Mas apenas 16 judocas por categoria – exatamente os melhores do ranking – têm direito a participar do torneio. Por isso, bastam poucas vitórias para que pontos preciosos sejam atingidos. Um único triunfo vale 80 pontos, mais que uma prata em uma Copa do Mundo, por exemplo.
“Subir no pódio no Masters significa marcar pontos fundamentais para desafogar os atletas que terão até abril um calendário pesado. Quanto mais pontos marcar logo, melhor”, explica a técnica da equipe feminina, Rosicléia Campos, que faz uma analogia. “É como estudar: quem se esforçar no primeiro bimestre diminuirá a possibilidade de ficar nas provas finais. Isso significa tranquilidade.”
“Fizemos um estudo e acreditamos que com cerca de 700 pontos o atleta já esteja qualificado para Londres em algumas categorias”, afirma Ney Wilson, coordenador técnico da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). No masculino, vão a Londres os 24 melhores do ranking e, entre as mulheres, apenas as 14 mais bem colocadas, respeitando o limite de um judoca por país.
Oito judocas do Brasil já têm mais de 700 pontos: Leandro Cunha (66kg), Leandro Guilheiro (81kg, único que não vai disputar o Masters), Tiago Camilo (90kg), Rafael Silva (+100kg), Sarah Menezes (48kg), Erika Miranda (52kg), Rafaela Silva (57kg) e Mayra Aguiar (78kg). Outros quatro podem atingir ou pelo menos se aproximar da meta se conquistar o bronze no Masters, somando mais 160 pontos: Felipe Kitadai (60kg), Bruno Mendonça (73kg), Luciano Correa (100kg) e Maria Suelen Altheman (+78). Assim, restariam ser asseguradas vagas em duas categorias, apenas.
Mariana Silva, da categoria até 63kg, precisa conquistar 306 pontos em Almaty para chegar aos 700. Para tanto, deverá ser campeã do Masters. Maria Portela (70kg) precisa de menos: 300 pontos, mas vive situação mais difícil, uma vez que está em 22.º no ranking e não vai disputar o Masters.