Após vencer na categoria meio-pesado do torneio masculino de judô das Olimpíadas Universitárias, na sexta-feira (27), o judoca paranaense Rafael Dietrich estava eufórico. Ele não acreditava que após quatro vice-campeonatos em Olimpíadas Universitárias, duas lesões em 2008, aumento de peso e mudança de categoria, ele fosse conseguir o ouro. O atleta pensou até em parar de competir. Se não fossem os amigos e o técnico, ele não teria vindo à Maceió.

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Rafael tem 24 anos e cursa Gestão Empresarial na Universidade Tuiuti do Paraná, por onde compete. Em um treino em fevereiro, sofreu uma lesão no ombro esquerdo e na coluna que o afastou do tatame por dois meses. Quando voltou a treinar, rompeu o ligamento do joelho esquerdo e passou mais um mês parado. "Foi nesse tempo parado que aumentei de peso. Desanimei, pensei em parar por esse ano. Mas os meus amigos me deram força, disseram que as coisas iam dar certo, aí eu continuei", conta.

O aumento de peso colocou Rafael na categoria meio-pesado (até 100 kg). Ele não sabia o que esperar da competição, que reuniu atletas de alto nível, até ex-integrantes da seleção brasileira de judô, como seu adversário da final, o baiano Gabriel Oliveiras.

"Quando venci, não acreditei, a ficha demorou a cair. Vida de atleta não é fácil, temos que abrir mão de tantas coisas por causa dos treinos, as competições são longe e não tem patrocínio para viagens. Quando você vence, passa um filme na sua cabeça. Você vê que todo seu esforço valeu a pena", disse Rafael no sábado, dia 28, quando conseguiu o quinto lugar na categoria absoluto. "São lutadores mais fortes, mas isso é relativo. Tudo acontece no judô".

Rafael já tem planos para a volta a Curitiba. "Vou continuar treinando, tenho mais algumas competições esse ano e essa vitória nas Olimpíadas Universitárias me deu mais força. Chegou em boa hora", diz. Mas ele também vai arranjar tempo para passar mais tempo com a filha de três anos, Maria Eduarda. "Por causa dos treinos, não posso passar tanto tempo com ela quanto eu gostaria". E a pequena nem pode ver as lutas do pai. "Ela é muito novinha e não entende o que está acontecendo. Acha que o pai está brigando e chora. Mas quando ela crescer mais um pouquinho vou levá-la para as competições", diz o judoca de ouro.

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