Ipatinga – Nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, lutando fora de sua categoria e vivendo as contrariedades causadas pelas improvisações do planejamento do judô, Edinanci Silva foi sétima. Em Sydney, quatro anos mais tarde, seu desempenho foi dificultado por uma contusão no joelho, às vésperas da competição, e a judoca repetiu a sétima colocação.
Assim como Edinanci, o judô feminino brasileiro ainda não tem uma medalha olímpica, apesar da tradição entre os homens, que foram ao pódio nas últimas cinco edições dos Jogos. As meninas apostam que o tabu será quebrado na Grécia.
“Não só acredito que estamos perto de uma medalha, como estou no meio das candidatas a conseguir isso”, resume a meio-pesado Edinanci, de 27 anos, medalha de bronze no mundial de Osaka, no ano passado, e na etapa búlgara no Circuito Europeu, em fevereiro.
Além de Edinanci, as judocas Vânia Ishii, no peso meio-médio, e Danielle Zangrando, no leve, também trouxeram medalhas de bronze do Circuito Europeu. Para Danielle, de 25 anos, que treina com o medalhista de ouro em Barcelona, Rogério Sampaio, em Santos, o judô feminino aos poucos deixa de ser a “sombra” do masculino e ganha personalidade própria.
O técnico Floriano de Almeida aponta evolução entre as mulheres a partir do momento em que a modalidade passou a ser olímpica também no naipe feminino, que já tem vaga assegurada em três dos sete pesos olímpicos.
Floriano entende que as melhores chances de ainda obter vagas estão com as representantes dos pesos ligeiro e pesado, que têm de ser campeãs ou terminar em segundo no Pan-Americano da Isla Margarita, em abril. “No meio-leve, a situação é muito difícil e, no médio, a vaga é praticamente impossível”, esclarece Floriano.
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