A equipe masculina do Brasil, campeã do 25º Campeonato Mundial de Judô, que acabou no último domingo, no Rio, só terá seus representantes na Olimpíada de Pequim conhecidos em abril ou maio do ano que vem – ou seja, três ou quatro meses antes do início dos Jogos.
Por enquanto, o único com vaga garantida é João Derly, dono da medalha de ouro no Pan do Rio e no próprio Mundial – ambas na categoria meio-leve.
Mesmo Tiago Camilo, que ganhou medalha de ouro do Pan na categoria dos médios e foi campeão mundial na categoria dos meio-médios, terá de participar de uma seletiva para a Olimpíada. Mesmo caminho a ser percorrido por Luciano Corrêa, campeão mundial dos meio-pesados, e João Gabriel Schlitter, bronze entre os pesados no Mundial.
"Foi um acordo feito antes do Pan, e todos os atletas concordaram", disse Ney Wilson, coordenador-técnico da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). "Não seria correto alterar o que foi acertado", disse o dirigente, mesmo sabendo da atuação extraordinária de Tiago Camilo no Mundial do Rio, que lhe valeu o título de melhor judoca na competição e ganhador do troféu "ippon".
No dia 6 de outubro está prevista uma primeira seletiva, quando estarão em ação os campeões do Troféu Brasil, do Campeonato Brasileiro, do Sub-25 e do Sub-23. O vencedor desta disputa vai encarar o reserva da seleção brasileira, no dia 13 de outubro. Quem ganhar essa disputa vai participar de torneios na Europa no início do ano que vem, juntamente com o titular da equipe brasileira. Cada um disputa uma série de competições, em países diferentes, e quem for melhor, no entendimento dos dirigentes da CBJ, ficará com a vaga para Pequim.
"Quando foi feito o acordo, entendi que o campeão do Pan e do Mundial teria vaga garantida na Olimpíada", disse Tiago Camilo. "Mas não tem problema. Tudo que conquistei na vida foi honestamente e graças ao meu esforço.
Logo após a conquista do ouro de Tiago Camilo, ainda nas arquibancadas da Arena Olímpica, na sexta-feira, o presidente da CBJ, Paulo Wanderley, falou sobre a seletiva. "Se você me perguntar qual minha resposta pessoal, ela será uma. Mas institucionalmente, ela é outra", revelou o dirigente, também muito emocionado com a conquista espetacular do judoca paulista no Mundial do Rio.