Alguns dos principais judocas do Brasil vão ter, neste fim de semana, a oportunidade de competir pela primeira vez dentro das novas regras do judô. Isso porque a seleção brasileira vai com 13 atletas para o Grand Slam de Paris, primeiro evento organizado pela Federação Internacional de Judô com as novas determinações valendo.
A principal alteração está no uso das punições. Se antes duas advertências propiciavam um yuko, a pontuação mínima, agora o atleta só é prejudicado em caso de quatro punições. Neste caso, o judoca é eliminado da luta, exatamente como já era. Porém, caso a luta termine em igualdade de pontos, as punições entram como desempate.
O golden score também mudou de formato. A partir de agora, a prorrogação não tem mais limite de cinco minutos. No modelo a ser testado, os dois judocas continuarão lutando até que se chegue a um vencedor: aquele que pontuar primeiro, incluindo punições contrárias.
“A adaptação às novas regras foi uma das nossas preocupações durante o último treinamento de campo. Acredito que será um momento complicado, mas todos os atletas estarão com as mesmas dificuldades. Ninguém vai ter mais experiência de competição com as mudanças que os brasileiros. Acho que estamos bem preparados física e tecnicamente para fazermos uma boa campanha e termos atletas subindo no ranking mundial”, analisou Ney Wilson, coordenador técnico da seleção.
O Brasil viaja com uma equipe parcialmente renovada. Fazem parte do time os medalhistas olímpicos Sarah Menezes, Rafael Silva e Felipe Kitadai, mas também novatos como Gabriela Chibana, Amanda Cavalcanti, Claudirene Cezar e Charles Chibana.
Gabriela, que vem de uma medalha de prata num torneio de base disputado na Bélgica, no fim de semana passado, comemora a chance de participar do seu primeiro Grand Slam de Paris, uma das competições mais importantes do calendário.
“Antes de embarcar para este estágio internacional com a equipe júnior, eu estive treinando com a seleção principal. Foi muito bom conviver com os medalhistas olímpicos, com alguns dos meus ídolos. Agora, já tive a oportunidade de lutar contra outros atletas de fora do continente na mesma faixa etária que eu e acho que isso vai me ajudar a ter mais tranquilidade para o Grand Slam. É um momento de transição.”, disse Gabriela, que é da mesma categoria (48kg) de Sarah Menezes.