Dezenove anos separam a caçula e a mais velha mesa-tenista do time que vai defender o Brasil no Mundial por Equipes de Tênis de Mesa, a partir do próximo domingo. Lígia Silva, de 34 anos, e Bruna Takahashi, de 15, são companheiras de equipe na primeira participação do País na primeira divisão do Mundial, mas rivais no caminho para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.
Como vai participar da competição por equipes na Olimpíada, o Brasil terá três mesa-tenistas no Rio, sendo que até duas delas podem competir também na chave de simples. Essas podem (e provavelmente vão) se classificar para os Jogos a partir do Pré-Olímpico Latino-Americano, que será realizado em Santiago (Chile), nos três primeiros dias de abril, com cinco vagas em jogo.
O problema é que o Brasil tem quatro mesa-tenistas de nível semelhante e só três delas serão convocadas para disputar o Pré-Olímpico. Quem for preterida pelo técnico Hugo Hoyama não pode brigar pela vaga olímpica em Santiago e fica na dependência de ser convocada para ser o terceiro nome do time que vai disputar a competição por equipes no Rio.
Gui Lin e Caroline Kumahara, respectivamente ouro e prata no Campeonato Latino-Americano, disputado no início do mês, têm tudo para serem convocadas. A terceira vaga fica entre Lígia e Bruna, ambas medalhistas de bronze no Latino. O desempenho no Mundial por Equipes deverá ajudar Hoyama a se decidir, ainda que elas minimizem a rivalidade interna.
“Quando uma ganha, ganham todas, e quando uma perde é a mesma coisa. Um bom ambiente contribui, então tento sim fazer com que todas da equipe se sintam bem. Por mais que possamos ser rivais, como equipe lutamos pela mesma coisa, que é o Brasil”, diz Lígia Silva, que já foi a três edições dos Jogos Olímpicos.
Há ano, parecia certo que o time do Brasil no Rio teria Lígia, Carol e Gui. Mas Bruna Takahashi ganhou o Mundial Infantil, cresceu significativamente no ranking mundial, e entrou de vez na briga por um lugar na Olimpíada.
“O relacionamento é excelente. Lá no Latino a Ligia deu muita força para a Bruna, elas inclusive dividiram quarto. Hoje ela tem um papel extremamente importante, deixou de ser uma menina mais fechada e está ajudando demais toda a equipe, vibrando. É legal trabalhar assim e estou muito satisfeito com o grupo que temos hoje”, elogia Hoyama.
O Brasil viaja nesta quarta-feira para a Malásia, onde estreia no Mundial por Equipes no domingo, contra a Coreia do Norte. Depois, enfrenta Japão, Alemanha, República Checa e Tailândia, todos times que aparecem até o 18º lugar do ranking mundial – o Brasil é 26.º.
Esta será a primeira participação da seleção feminina na primeira divisão do Mundial, que tem conta com 24 times, divididos em quatro grupos. Em 2014, o Brasil venceu a segunda divisão e conquistou o acesso.