Após o drama que marcou sua ida aos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, diante do grave acidente sofrido por Lais Souza, de quem era companheira de treinos, Josi Santos estreia nesta sexta-feira na competição. Na prova aérea do esqui estilo livre, que nunca teve participação brasileira na história da Olimpíada, ela disse que o objetivo é “representar bem o Brasil”
Assim como Lais Souza, Josi é uma ex-ginasta que aceitou o convite da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) para tentar a sorte no esqui estilo livre. Juntas, as duas começaram a treinar no ano passado, com o objetivo de conseguir a classificação para os Jogos de Sochi na prova aérea, na qual poderiam utilizar a habilidade de fazer acrobacias.
No dia 28 de janeiro, pouco antes de sair a confirmação da vaga olímpica, quando as duas treinavam em Salt Lake City, nos Estados Unidos, Lais sofreu um grave acidente. Mesmo vendo a amiga ser internada sob o risco de ficar tetraplégica, Josi manteve o sonho de disputar os Jogos de Inverno. Abalada, precisou de ajuda psicológica para poder competir agora em Sochi.
Ao desembarcar em Sochi na semana passada, Josi chegou a dizer que tinha ido aos Jogos de Inverno como uma forma de “homenagem” a Lais. Agora, ela está pronta para competir. Nesta sexta-feira, a esquiadora brasileira de 29 anos será uma das 24 atletas que vão disputar as 12 vagas na final da prova aérea do esqui estilo livre, após duas tentativas de salto nas eliminatórias.
“Meu objetivo é representar bem o Brasil na primeira participação olímpica do País na modalidade e fazer uma prova bonita”, contou Josi. “Se não fosse a ginástica, eu não estaria aqui. A ginástica ajuda muito às acrobacias do aéreo, a consciência corporal, noção espacial. E também em termos de concentração para as provas. Já passei por isso antes”, completou.
Além de Josi, outra brasileira entra em ação nesta sexta-feira em Sochi. É Jaqueline Mourão, que disputará a sua terceira e última prova nesta edição dos Jogos de Inverno. Até agora, ela teve participação discreta, com a 65ª colocação no esqui cross country e a 77ª posição na prova de 7,5 quilômetros do biatlo, modalidade que combina tiro e cross country.
Nesta sexta-feira, Jaqueline volta a competir no biatlo, dessa vez na prova de 15 quilômetros. “Estou muito animada. Corrigi algumas coisas no meu aquecimento, já que a temperatura vai estar mais alta do que nos outros dias”, contou a atleta de 38 anos, que também foi a porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura dos Jogos de Sochi, realizada na semana passada.