Jornalista lança livro sobre as Copas do Mundo

Durante a Copa do Mundo o povo de todas as nações literalmente pára. Seja no Brasil, na Argentina, Itália, Japão, África do Sul ou qualquer outra nação onde o evento já foi realizado, um ato cometido pode eternizar heróis ou bandidos em uma fração de segundos.

A partir de um apanhado de histórias, gráficos comparativos de jogadores, gols, estádios, chegando até charges e quadrinhos, é o que o jornalista Lycio Vellozo Ribas expõe em seu livro O Mundo das Copas (Editora Lua de Papel).

Dos 6 anos de pesquisa de Lycio, o resultado estampado em 586 páginas vai além de apresentar mitos como Pelé, Maradona, Beckenbauer, Ronaldo, Zidane, Bobby Moore, Puskas e Yashin. “Vilões” como o colombiano Escobar, assassinado dias depois de marcar um gol contra diante dos Estados Unidos, em 1994, também são lembrados.

Cada ano de competição transformado em capítulo apresenta também uma breve contextualização de bastidores e curiosidades. As interferências grotescas de ditaduras militares, por exemplo, transformaram Benito Mussolini em personagem da Copa do Mundo de 1934, disputada na Itália.

Para nós brasileiros, no entanto, o grande caso está em 1970. Se foi o velho lobo Zagallo quem levantou a taça no México, quem montou o esquadrão de ouro composto por 11 feras dispostas até a “morder o tendão do adversário” foi o então jornalista e treinador da Seleção João Saldanha.

O “João sem medo”, como era chamado pelo comportamento ácido e subversivo, foi dispensado do comando canarinho pouco tempo antes da Copa do México. Apesar de na preparação a Seleção ter vencido as 13 partidas disputadas, Saldanha se recusou a atender uma solicitação do general linha-dura Emílio Médice, então presidente da república. Resultado: não convocou o atacante Dadá Maravilha e voltou a trabalhar no jornalismo.

Para driblar a dificuldade na hora de encontrar as imagens dos jogadores mais antigos, o próprio autor criou diversas ilustrações que fazem parte da obra. “Simplesmente não tinha material fotográfico de todas as partidas. A partir da ilustração encontrei uma maneira de dar um brilho especial, como também mostrar o herói de cada jogo. Dar aquele ar lúdico, parecendo álbum de figurinhas”.

Ídolos ausentes das Copas também são lembrados pelo autor. Entre eles o norte-irlandês George Best, de carreira marcada por bebedeiras, brigas e indisciplina . Seções engraçadas como os “dez velhinhos famosos”, com atletas que vão do camaronês Roger Milla ao alemão Lothar Matthäus, e os “dez cabeludos”, encabeçada pelo alemão Breitner e com presença do colombiano Valderrama, também ajudam a dar um tempero especial ao mundo das copas.

Serviço:

O Mundo das Copas, de Lycio Vellozo Ribas.  Valor: R$ 69,90 Lançamento hoje, às 19h30, na Livraria Saraiva. Rua Comendador Araújo, 731, Curitiba.