A imprensa paranaense se despediu, na tarde de ontem, de um de seus profissionais mais importantes ao longo da história. Vítima de atropelamento, morreu o jornalista Vinicius Coelho, que no decorrer de seus 80 anos de idade teve passagens por importantes veículos de comunicação do País, escreveu livros sobre futebol e também um dos antigos hinos do Coritiba.
Vinicius Coelho atuou na imprensa, em rádio e na televisão. Seu primeiro trabalho na crônica esportiva ocorreu na década de 1950, no Diário do Paraná. Trabalhou também em jornais como a Tribuna do Paraná, Gazeta do Povo, O Globo, entre outros. Um dos feitos de sua carreira foi o furo de reportagem apontando que Zagallo seria o substituto de João Saldanha no comando técnico da Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 1970.
Entre as marcas deixadas por Vinicius Coelho estão as batalhas em que se envolveu pelo esporte paranaense. “Estreitou relacionamentos do Coritiba junto a CBF, antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD), incluindo-o no Torneio do Povo, que o clube ganhou em Salvador”, destacou o colunista e comentarista esportivo Airton Cordeiro.
A narração da partida que resultou no título brasileiro do Coritiba, em 1985, está entre os feitos que o jornalista mais se orgulhou na carreira. “Ele também tinha o sonho de ver em Curitiba um bom ginásio de esportes. Uma vez por mês escrevia sobre essa necessidade”, relata o chefe de redação da Tribuna do Paraná, Armindo Berri.
Voz ativa na imprensa paranaense, Vinicius chegou a presidir a Associação Brasileira de Cronistas Esportivos (Abrace). Em sua gestão, a entidade conseguiu reconhecimento dos profissionais da crônica junto aos clubes na relação de acesso aos estádios de futebol.
Bem relacionado entre os colegas de profissão, cultivou amizades com grandes personalidades. “Ele me apresentou Nelson Rodrigues no Maracanã. Eu ia à redação de O Globo com ele, onde me apresentou também pessoas como o chargista Otelo Caçador, João Saldanha, entre outros”, ressaltou o colunista Carneiro Neto, que junto de Vinicius escreveu o livro “Atletiba: Paixão de Multidões”.
Juntos, também escreveram o livro “Evangelino: O Campeoníssimo”. Outra obra escrita por Vinicius Coelho foi a biografia “Aryon Cornelsen: um empreendedor de vitórias”. “Era quem ele considerava o maior presidente na história do Coritiba”, afirma Airton Cordeiro.
Sepultamento e Velório
O velório de Vinícius Coelho acontece no estádio Major Antônio Couto Pereira, no Alto da Glória, em Curitiba. Seu corpo será sepultado nesta quinta-feira, às 17h, no Cemitério Municipal São Francisco de Paula, em Curitiba.