Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), teria recebido pagamentos em uma conta secreta em Liechtenstein de US$ 9,5 milhões (cerca de R$ 16,4 milhões atualmente) da extinta ISL, entre agosto de 1992 e 28 de novembro de 1997, segundo o prestigioso jornal de Zurique (Suíça) Tages-Anzeiger.
As remessas eram feitas com valores de US$ 250 mil cada (cerca de R$ 433 mil, em valores atuais), em uma empresa fantasma que seria a Sanud Establissement, registrada na cidade de Domizil. O jornal não soube explicar porque Teixeira recebeu o dinheiro.
Na cidade de Zug, um tribunal revelou em julho que Nicolas Leoz, presidente da Confederação sul-americana de Futebol (Conmebol), havia também recebido recursos da ISL, por meio de empresas de fachada, assim como Issa Hayatou, chefe executivo da Copa de 2010. O problema é que, nos anos 90, o pagamento de propinas por uma empresa na Suíça não era ilegal, contanto que o dinheiro não saísse do país ou de Liechtenstein.
O Ministério Público de Zurique confirmou que iniciou um processo de investigação para determinar se as alegações de pagamentos de propina não ferem as leis suíças. A Fifa insiste que não tem porque aceitar uma investigação externa, por ser uma entidade sem fins lucrativos.
A notícia sobre Teixeira vem um dia depois que outro jornal suíço, o Sonntags Zeitung, revelou que membros do Comitê Executivo da Fifa mantinham empresas de fachada para receber dinheiro de pagamentos de propinas. A TV estatal inglesa BBC também revelou o caso do uso de empresas fantasmas por parte de membros do Comitê Executivo da Fifa para receber pagamentos irregulares.
As informações foram publicadas e divulgadas às vésperas da escolha das sedes da Copa do Mundo de 2018 e de 2022. Na quinta-feira, a Fifa recebe reis, chefes de estado e personalidades de nove países que buscam organizar a Copa do Mundo.
O processo, porém, tem sido marcado por acusações de corrupção e polêmicas. A Fifa já afastou seis de seus cartolas, pegos em vídeos secretos oferecendo vender seus votos em troca de milhões de dólares.