Carlos Alberto infernizou a vida |
Jogar fora de Curitiba teve interferência direta na derrota para o Corinthians? Essa foi a indagação que mais se ouviu após a partida. A diretoria do Paraná Clube prontamente rechaçou a idéia e encarou com naturalidade o resultado de 3×2. Em uníssono, o técnico Lori Sandri destacou que dois fatores determinaram o fim da seqüência de vitórias: a bola na trave de Thiago Neves e a expulsão de Aderaldo. O revés, frisou o presidente José Carlos de Miranda, em nada alterará os planos do clube, que fará outros três jogos contra equipes paulistas na cidade de Maringá.
"Vi um jogo equilibrado. Mesmo com um jogador a menos, o Paraná lutou e poderia ter tido até melhor sorte", comentou Miranda. O dirigente disse que, desta vez, o "Sobrenatural de Almeida" pendeu para o lado corintiano. "Só posso dizer que quando assino um documento, não tem volta. Financeiramente, foi um grande negócio para o clube e não acredito que tecnicamente tenhamos sido prejudicados", disse. "Acho que o grito da galera pouco interferiu na partida. E, além do mais, nosso time é maduro o suficiente para jogar aqui, no Morumbi ou em qualquer estádio."
Com a transferência do jogo para Maringá, o Paraná lucrou aproximadamente R$ 180 mil. Com o dinheiro, conseguiu pagar os salários dos atletas, uma vez que o valor da cota da tevê foi bloqueado judicialmente para o pagamento de ações trabalhistas. "É melhor ver todos com os salários em dia. Assim, podemos jogar bem em Maringá, em São Paulo ou onde quer que seja. Sem dinheiro, até em casa é ruim de jogar", comentou Lori. O técnico contestou apenas a expulsão de Aderaldo, acreditando que o árbitro Márcio Resende de Freitas foi muito rigoroso.
Reconheceu que o time falhou em lances cruciais, com erros de posicionamento na marcação. Os jogadores concordaram com as críticas. "Falhamos mesmo. Nos dois primeiros gols, Marinho e Tevez estavam livres e no terceiro demos espaços para um contragolpe e daí ficou difícil buscar um empate", comentou o volante Mário César. Mais uma vez o jogador entrou bem na equipe e frente ao São Caetano, quarta-feira, será titular. Beto recebeu o terceiro cartão amarelo e desfalca o Tricolor. Na zaga, para suprir a ausência de Aderaldo, Lori tem Fernando Lombardi e João Paulo, uma vez que a tendência é a manutenção do sistema tático.
O técnico, que preferiu não polemizar quanto à reação de Borges (que reclamou ao ser substituído), deixou claro que ninguém é titular absoluto no grupo. "Eu escalo os melhores e a seqüência de jogos e treinos é que determina quem está num melhor momento", disse Lori, acenando com a possibilidade de mexer neste setor. Borges, além de viver um jejum de quatro partidas sem gols, não conseguiu reeditar ao lado de Renaldo o futebol que o transformou em destaque do time nas rodadas iniciais do Brasileiro. Já André Dias, fez dois gols nos últimos jogos e mostrou muita combatividade frente a Figueirense e Corinthians, entrando no segundo tempo.