O Ministério Público do Trabalho (MPT) no Piauí ajuizou nesta segunda-feira uma ação civil pública na qual pede indenização da CBF por danos morais coletivos no valor de R$ 1 milhão sob a acusação de que a entidade submeteu atletas a condições insalubres durante a vitória do Tiradentes-PI por 10 a 0 sobre o Viana-MA, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro feminino, em jogo realizado em Teresina no dia 23 do mês passado.

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O jogo foi disputado no estádio Albertão às 15 horas. A temperatura no horário da partida chegou aos 39°C. Oito jogadoras do Viana passaram mal. Cinco delas foram levadas ao hospital de Urgência de Teresina, onde foram diagnosticadas com desidratação devido ao forte calor. “O horário é incompatível para a prática do futebol no Piauí. Não poderia ter resultado diferente”, criticou o procurador Edno Moura.

Peritos do Ministério Público do Trabalho realizaram inspeção no local e constataram que o horário das 15 horas era inadequada para a prática saudável do esporte. “Tanto a Federação Piauiense de Futebol como, principalmente, a CBF, demonstraram total descaso com a saúde, a segurança e o conforto das atletas, obrigando-as a jogar sob altíssimas temperaturas, baixa umidade e incidência elevada de raios solares”, afirmou o procurador do trabalho.

CALOR – Para verificar a intensidade da exposição ao calor, o MP fez testes com um aparelho utilizado para medir os patamares aceitáveis de trabalho sob altas temperaturas. O índice máximo é de 31,1. Na medição realizada na inspeção foi verificado o índice de 37,1. “Não se pode negar que as atletas jogaram em condições aviltantes, com severos riscos à saúde”, disse o procurador.

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O Ministério Público do Trabalho propôs a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta com a Federação Piauiense para que não sejam marcadas partidas de futebol no Estado do Piauí em horário inferior às 17 horas sob risco de multa de R$ 100 mil por jogo.

Em 2012 já foi instaurado no Piauí um inquérito civil para apurar denúncia de que atletas com idade entre 16 e 17 anos estariam participando de campeonatos organizados pela Federação Piauiense de Futebol sem as mínimas condições de saúde e segurança.

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