E nem tanto pela própria diretoria, mas sim por dois fatores: as prováveis pedidas dos procuradores e a `recessão’ do clube. “Não faremos maluquices com o dinheiro do Coritiba. Só vamos oferecer aos jogadores o que poderemos pagar”, resume o secretário Domingos Moro, sinalizando também o modo com que o clube vai trabalhar as possíveis negociações. E, claro, também serve como recado para quem vem por aí.
Não há uma fila, mas o primeiro da `ordem’ é Ruy Gel, que trata dos interesses do volante Tcheco. Na semana passada, as negociações andaram para trás, depois da malfadada reunião de terça-feira, quando Coritiba e procurador ficaram longe de um acordo. Mas como só o tempo cura certas feridas, esta semana começa com boas possibilidades de acerto – a oferta “irredutível” do Cori já não é tanto assim. “Há chance de acordo, claro”, acredita Domingos Moro. A nova oferta coxa, mais próxima do que Gel pediu, deve ser o ponto que falta para a renovação do volante, que quer ficar no Alto da Glória.
Quem já era esperado e não apareceu ainda é Paulinho McLaren, ex-atacante de Santos e Portuguesa e hoje procurador de Da Silva. Apesar da diretoria confiar em uma renovação sem traumas (para quem sabe incluir o atacante em outras negociações), Paulinho chega com a intenção de `valorizar’ Da Silva, e isso envolve inclusive a saída dele do Coritiba. Como o contrato dele termina em 31 de dezembro, a história deve ter capítulos fervilhantes.
Também deve ser agitada a vinda de Fernando César, empresário paulista que trabalha com o lateral Reginaldo Araújo. O jogador interessa a Internacional e Paysandu, e a diretoria nem quis saber de propostas antes de ouvir o procurador. “Eles precisam nos dizer o que o Reginaldo pretende”, afirma um dirigente. Araújo tem contrato até o final do ano que vem, mas o interesse de dois clubes pode facilitar um dos pensamentos velados do clube – emprestar o lateral em troca de algum jogador que se encaixe nos planos do técnico Paulo Bonamigo.
Também deve aparecer pelo Couto Pereira o ex-jogador do Paraná Ney Santos, que é o procurador de seu sobrinho Lúcio Flávio. E se há o interesse (dito pelo próprio Ney) de alguns clubes, o Coritiba não foi informado disso. “Estamos esperando uma posição dele”, diz o secretário Moro. O Cori segue querendo ficar com Lúcio, mas deve aguardar o retorno do jogador aos treinamentos (no dia 11, data da reapresentação coxa) para começar a negociar.
Plano B
Sem empresários ou procuradores, o goleiro Fernando segue tentando a liberação do Grêmio. “Não está fácil. Eles mudam de opinião toda hora. A proposta que foi feita logo depois foi retirada”, conta Domingos Moro, que conversou com o goleiro. A expectativa é contar com a `bondade’ do presidente gremista José Alberto Guerreiro, que deve conversar com Fernando ainda hoje.