Relegado à Série B, com salários atrasados e sem perspectivas de novas receitas. A rotina do Paraná Clube não mudou após um ano da gestão Aquilino Romani. Cansados desse vai-não-vai, os jogadores do Tricolor partiram para a pressão.
Ontem, em reunião com o assessor do futebol Paulo César Silva, cobraram os salários atrasados e esperam uma posição oficial da diretoria para hoje. Caso contrário, não está descartada a quarta greve do elenco no ano.
A bola está com Aquilino Romani, que na viagem a Natal prometera ao grupo quitar os débitos até a última rodada da Segundona. O prazo está terminando. O Paraná encerra a temporada contra o Figueirense, no próximo sábado – às 17h, no Orlando Scarpelli.
Na Vila Capanema, todos acreditam que se não fossem os problemas financeiros, o Paraná estaria nesse momento comemorando a volta à Primeira Divisão. “É difícil precisar isso. Mas certamente estaríamos na briga, pois perdemos muitos pontos bobos nessa trajetória”, disse o atacante Rodrigo Pimpão, já de malas prontas para retornar ao Vasco da Gama.
“Temos um grupo bem equilibrado, mas essas questões extra-campo atrapalharam muito”, comentou o zagueiro Alessandro Lopes. O jogador confirmou o descontentamento do grupo e acha que nesse ambiente será difícil o Paraná conseguir renovar com alguém. “Eu gostaria de ficar. Outros jogadores também. Mas, para isso, a diretoria teria que demontrar a mesma vontade. Até agora, ninguém nos procurou”, desabafou Lopes. “Nesse ano, não recebemos um salário em dia sequer. Aí fica difícil programar alguma coisa para o ano que vem”, lamentou.
Paulo César Silva admitiu que no momento não há ambiente para tratar de renovações. “Primeiro, temos que quitar os débitos”, resumiu. Estima-se que para fechar o ano sem nenhuma pendência com o grupo de jogadores, o Paraná precisaria de algo em torno de R$ 1,5 milhão.
Mesmo levantando esse valor, o clube teria ainda que projetar 2011. Mas daí, sem dinheiro em caixa e diante de uma possível “debandada” de seus principais jogadores, como Juninho, Irineu, Luís Henrique e Chicão.