Foto: Arquivo/O Estado

Uma das principais atrações do deserto é a mina de cobre de Chuquicamata, a maior do mundo.

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Depois da vitória, os louros. Um dia depois do triunfo na ?Batalha do Atacama?, o Paraná Clube dedicou-se a repousar, fazer turismo e saborear os 2 x 0 sobre o Cobreloa. A delegação tricolor passou o dia em Calama, Chile, e às 19h de ontem iniciou a jornada de volta a Curitiba – o desembarque no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, está previsto para as 12h40 de hoje.

Em Calama, os jogadores foram liberados durante o dia -enquanto alguns descansavam no hotel, outros juntaram-se à diretoria para conhecer as atrações turísticas da cidade, como a gigantesca mina de cobre de Chuquicamata e a paisagem árida do deserto mais seco do mundo. ?Agora é curtir a alegria?, comentou o presidente José Carlos de Miranda.

O tempo de descanso deve ser prolongado para quem enfrentou o Cobreloa na quinta-feira. O técnico Zetti adiantou que alguns jogadores que viajaram ao Chile atuarão contra o Coritiba, amanhã, no Couto Pereira. Mas é certo que só disputa o clássico quem ficou no banco de reservas ou, no máximo, atuou poucos minutos diante do Cobreloa, como Xaves, João Vítor e Josiel. A comissão técnica já decidiu preservar os titulares, desgastados pela longa viagem e pelas duras condições climáticas do deserto – e até porque o jogo de volta é já na quarta-feira.

Mas os reflexos da brilhante estréia em Copas Libertadores, na quinta-feira, ainda entusiasmavam os tricolores. A equipe comemorou não só o resultado, mas também a forma como ele foi obtido -com posicionamento inteligente, apesar de alguns momentos de sufoco pela pressão dos chilenos. ?Nos defendemos bem e soubemos aproveitar o contragolpe na hora certa. Foi fruto de uma preparação bem feita?, disse o zagueiro Daniel Marques.

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O técnico Zetti celebrou também o leque de opções criado a partir do banco de reservas. ?Xaves entrou muito bem, com posicionamento perfeito. Do Josiel, nem se fala. É muito bom lançar um jogador e vê-lo cumprir a função que lhe foi determinada?, falou o técnico, explicando que não lançou o atacante desde o início porque sua estratégia incluía usar um avante velocista – Henrique, autor do gol. No jogo de volta, porém, o artilheiro da equipe na temporada, com quatro gols em pouco mais de 100 minutos em campo, tem boas chances de ser titular.

Paraná pode trocar de ?roupa?

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A exposição na mídia por causa da classificação à Copa Libertadores pode influir na mudança do fornecedor de material esportivo do Paraná. Embora o clube tenha contrato até o final do ano com a Joma, a diretoria estuda propostas de outras marcas e cogita o rompimento com a empresa espanhola.

Ontem, o diretor de marketing e vendas da Reebok, Tullio Formicola Filho, disse ao portal Máquina do Esporte, especializado em marketing e negócios no futebol, que negocia com dois clubes da Série A do Brasileiro. As equipes já têm contrato com outras empresas e pertencem a mercados não explorados pela marca inglesa, que atualmente patrocina São Paulo, Internacional e Vasco. A Reebok não confirma, mas os clubes seriam Atlético-MG e Paraná.

O vice-presidente de marketing do Tricolor, Valdomiro Gaier Neto, nega que a Reebok tenha feita contato oficial, mas afirma que o clube recebeu ?propostas vantajosas? de outras fornecedoras. ?Por enquanto são sondagens. Estamos satisfeitos com a Joma, mas nunca podemos rejeitar o que é bom para o clube?, afirma Gaier, sem revelar as marcas interessadas. As propostas já foram encaminhadas para o Departamento Jurídico do clube, que avalia as conseqüências de uma eventual quebra de contrato com a Joma – uma cláusula estipula multa rescisória.

O clube também projeta lucros com a patrocínio da camisa – principalmente se confirmar a classificação à fase de grupos da Libertadores. O consórcio Embracon, que atualmente estampa a marca na frente do uniforme paranista, já teria acertado a ?migração? para as mangas ou o calção caso o clube receba proposta mais lucrativa de outro patrocinador ?master? (principal).

?A visibilidade que a Libertadores traz é fantástica?, comemora o diretor.

Na cola do Coritiba

Se confirmar a classificação à fase de grupos da Libertadores, o Paraná Clube dará um importante salto no ranking da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). Além de subir no mínimo cinco posições, o Tricolor se igualaria em pontos a um dos rivais da capital.

Hoje o Tricolor é o 22.º colocado entre os brasileiros – a Conmebol só faz ranking entre clubes do mesmo país -, ao lado de Bangu, Náutico, Sport, Paulista e Santo André, todos com 12 pontos. No curioso critério da entidade, cada partida disputada

pela Libertadores vale dois pontos, qualquer que seja o resultado. Somente o título dá pontos extras.

O Paraná, que soma duas participações na Copa Sul-Americana (2004 e 2006, valendo dois pontos por partida) e uma na extinta Copa Conmebol (1999, um ponto por jogo), chegará no mínimo a 16 após as duas partidas contra o Cobreloa. Se chegar à fase de grupos, garante pelo menos mais 12 e assim chegará aos 28, empatando com Coritiba e Bahia no 17.º lugar.

O líder do ranking é o São Paulo, com 730 pontos, bem à frente do vice Cruzeiro (569).

O paranaense melhor colocado é o Atlético, 13.º com 72, 10 a menos que o São Caetano.