A agressão de torcedores ao volante João Vitor, na tarde desta terça-feira, na loja oficial do Palmeiras na sede do clube, mexeu com o elenco alviverde. Depois de passar pelo Hospital São Camilo, o jogador retornou à Academia de Futebol com curativos no rosto. A imagem do colega ferido, após ser agredido a chutes por torcedores do próprio clube abalou o restante do grupo.

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Reunidos na Academia de Futebol, os jogadores decidiram que não pegariam o voo que os levaria ao Rio, saindo de São Paulo às 21h. Chegou-se a cogitar que o Palmeiras não entrasse em campo para pegar o Flamengo, quarta à noite, no Engenhão. A opção, porém, tornou-se inviável, porque um W.O. causaria problemas na justiça desportiva e faria mal à maior vítima da violência: os próprios jogadores.

Apesar da decisão de cumprir com a obrigação e entrar em campo, os jogadores do Palmeiras não passarão a noite concentrados. Eles só voltam a se reunir já no aeroporto, na quarta, antes do embarque para o Rio. O clube, porém, não divulgará o horário da viagem. Estuda-se, inclusive, que os atletas viajem em grupos, espalhados por diversos voos, para evitar novos atos de vandalismo da torcida.

Depois do jogo no Engenhão, porém, os jogadores deverão fazer um protesto contra a ação da torcida alviverde. Deverão ter o apoio do presidente Arnaldo Tirone, que, em entrevista nesta noite à Rádio Estadão/ESPN, mostrou consternado com a situação.

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“O caminho não é esse, da agressão. Não pode fazer isso com um jovem, um atleta, ele está fazendo o trabalho dele, é um menino. Eu fico muito triste, temos que manter a calma. O que vamos fazer agora?”, perguntou, num tom de quem não sabe a resposta para a própria pergunta.

“Temos que ser duros com esse tipo de episódio. O (Roberto) Frizzo (vice-presidente de futebol) está tomando as providencias. Aí quem está errado vai ter que pagar, né? Não aceito esse tipo de manifestação, esse tipo de postura”, seguiu Tirone.

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O presidente do Palmeiras também falou sobre os prejuízos do ato da torcida. Disse que mais este episódio de violência vai atrapalhar contratações para a próxima temporada e que influi inclusive dentro do vestiário. “O nosso técnico, como que ele vai poder ter tranquilidade para ter um ambiente de trabalho dessa forma? Todo dia é um problema, não dá.”