Foto: Orlando Kissner/Tribuna |
Após suspensão, o zagueiro Flávio deve retornar ao time. |
O torcedor do Coritiba não sabe mais para quem pedir – tudo está sendo feito para tentar ajudar o time a fugir do rebaixamento, se possível a partir do jogo de domingo (16h), contra o São Caetano, no Anacleto Campanella. Enquanto isto, o elenco segue treinando, tentando manter o foco apenas na partida com o Azulão.
Um "distanciamento" que não é admitido pela torcida. Mas todos no CT da Graciosa, a começar pelo técnico Márcio Araújo, garantem que estão tão – ou mais – preocupados com a possibilidade de o Coxa ir para Série B.
O momento é tão delicado que mesmo reuniões rotineiras se transformam em motivo de polêmica. Ontem, antes do coletivo, os jogadores se reuniram com representantes do Sindicato dos Atletas Profissionais para tratar do recolhimento do direito de arena, repassado pelas emissoras de TV. O fato provocou mal-estar.
"É inevitável que esta conversa com o sindicato aconteça.
É sempre assim, todo ano, e não poderia ser diferente agora", argumenta o capitão Reginaldo Nascimento. "Deixamos tudo nas mãos deles, porque ninguém tem cabeça para pensar nestas coisas", reconhece o meia Jackson.
O posicionamento dos jogadores acaba sendo questionado, e o primeiro a defendê-los é Márcio Araújo. "Eles são inteligentes, estão bastante preocupados e sabem o momento que estão vivendo. Além de ser terrível ver o Coritiba assim, os jogadores sabem que a parte deles pode ser afetada, a carreira deles fica ameaçada. Eu confio muito neles, podem ter certeza que eles têm consciência do que o torcedor sente, e sentem tanto quanto", comenta o treinador.
Os jogadores mais experientes transparecem a preocupação no semblante. "Há pelo menos uns dois meses o assunto em casa ou no treino é a nossa situação", confessa Jackson. "A gente fica tenso, porque sabe que pode acontecer, e não podemos deixar que o Coritiba viva esta situação", completa o jogador, como que respondendo à principal das críticas – a de que o elenco não estaria ‘preocupado’ o suficiente.
Márcio Araújo diz que os jogadores estão tão focados que ele não pretende alongar o período de concentração. "Pelo que eu ouço, pelo que eu vejo, é nítido que o grupo está totalmente concentrado. Se eu forçar uma situação, pode ser pior, posso perder este foco", resume.
Dúvida cruel na zaga
Dois ou três zagueiros? Esta é a dúvida do Coxa até o dia do jogo com o Azulão. O técnico Márcio Araújo está avaliando as duas formações que pode usar no ABC, e a tendência é que ele mantenha o mistério -tanto no sistema quanto nas peças que utilizará. Certo é que a idéia de jogar com três atacantes acabou ficando para trás com a nova ausência de Maia, vetado pelo departamento médico. Assim, o treinador esquece o 4-3-3, sem abdicar da força ofensiva. "A primeira força que eu espero que o Coritiba tenha está dentro de cada jogador. Quero que a nossa agressividade parta da iniciativa dos atletas", afirma. Márcio avaliou ontem as possibilidades ofensivas. Elas convergem para a utilização de Jackson na ala direita, com Ricardinho mantido na esquerda (Rubens Júnior de novo não treinou, mas pode aparecer hoje na equipe titular). As novidades seriam Flávio na zaga e Peruíbe no meio-campo.