Além das figurinhas, uma febre no País, os jogadores da seleção brasileira podem também virar mania dos colecionadores por outro caminho. Uma empresa nascida em Londres, e que está no Brasil desde 2013, a Creative, entrou em campo com o time nacional para produzir bonequinhos dos convocados de Felipão. A coleção, batizada de minicraques, leva a assinatura da Soccerstarz. São 15 modelos desenhados a partir de imagens reais, digitalizadas e esculpidas em moldes de plásticos.
Dos escolhidos, apenas um não foi lembrado pelo treinador: Lucas Leiva. No álbum, Robinho é a figurinha carimbada.
Há bonequinhos de Julio Cesar, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz, Marcelo, Luiz Gustavo, Paulinho, Ramires, Oscar, Dante, Hulk, Bernard, Jô e, claro, Neymar. A mania de colecionar jogadores é bastante difundida na Europa, com 180 milhões de minicraques confeccionados desde 1995, quando nasceu o produto. Clubes com Barcelona, Chelsea, Manchester e Paris Saint-Germain têm contratos de parcerias e ganham com esse tipo de produto.
No Brasil, o processo é bastante complexo. Há dois caminhos para conseguir os acordos. O primeiro é com a CBF. “Temos o licenciamento da marca ‘seleção brasileira’, conseguido com a CBF, que detém seus direitos, para esta Copa do Mundo e também para a Olimpíada do Rio de 2016”, explica o diretor da empresa no Brasil, Leonardo Albuquerque.
Feito o acordo com a CBF, é preciso percorrer outro caminho, esse muito mais longo: convencer os jogadores de negociar seus direitos de imagem. Sem esse licenciamento, qualquer produto colocado no mercado é considerado pirata. “Levamos oito meses para pegar a assinatura de todos os 15 jogadores.
Dos que queríamos fazer, apenas o atacante Fred não se interessou pelo negócio”, conta Albuquerque, para logo em seguida ressaltar o profissionalismo do estafe de Neymar. “Ele está no mesmo nível dos jogadores da Europa, bem organizado e profissional. Foi muito fácil e tranquilo negociar com ele.”
Neymar também foi quem fez mais exigências, quase sempre ligadas à marca Neymar Jr. e relacionadas ao design da peça. Pediu retoques. “Tivemos de refazer seu bonequinho quando ele se transferiu para o Barcelona e mudou o penteado.”
O diretor da Creative no Brasil conta que a negociação com os jogadores é individualizada, contrato por contrato, e sem qualquer padrão definido. É se sentar à mesa e negociar. Os contratos, cujos valores não foram revelados, são feitos por períodos médios de 36 meses de licenciamento, sem qualquer porcentagem de venda para o atleta. Neymar preferiu assinar por dois anos apenas. Cada um também ganha uma cota para distribuição, que pode ser de 100, 200, 500 ou 2 mil unidades, como foi o caso de Neymar.
A empresa inglesa aposta no carisma dos jogadores com as crianças. Além de Neymar, David Luiz também sai na frente nesse quesito. Como se trata de uma coleção, a ideia é que todos os bonecos, de 4,5 cm e preço de R$ 14,90, sejam adquiridos. E que virem febre na Copa.