São Paulo – Gente de talento e bons serviços prestados está a procura de emprego. O goleiro Sérgio, ex-Palmeiras, o meia Petkovic, ex-Fluminense, e muitos outros jogadores que poderiam reforçar grandes times, por enquanto vêem a bola de longe.
A ?legião dos esquecidos? cresce a cada dia. Ontem, Ramon, meia rodado no futebol carioca, se desligou do Vasco por desavença com o técnico Renato Gaúcho. ?Por mim, eu ficava no Vasco, mas não vou criar problema?, falou.
Marcinho Guerreiro, volante do Palmeiras, também integra esse time, assim como o zagueiro Manzur, com os dias contados no Santos.
Antes mesmo de a fila aumentar, 30 jogadores sem time já procuravam abrigo na Associação Paulista de Preparadores Físicos do Futebol Paulista (APPFFP), entidade que criou programa de assistência em parceria com o Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo.
?Nossos preparadores treinam os atletas pelo menos três dias por semana. Assim, ficam prontos para trabalhar?, contou Paulo Camargo, diretor da entidade.
Pet e Sérgio não recorreram ao programa da APPFFP.
Têm cartaz e currículo de sobra para arrumar emprego em outra freguesia. Ontem, o sérvio garantiu que treinará no Fluminense até o dia 14, quando termina seu contrato, e Sérgio, procurado por Corinthians e Atlético-PR, aguarda uma nova chance.
Projeto deu pão a boleiros paranaenses
Carlos Simon
No Paraná, um projeto similar ao de ?recolocação profissional? criado em São Paulo arranjou emprego para vários jogadores. Mas uma briga entre os empreendedores pôs fim ao negócio que rendeu bons frutos aos desempregados da bola.
Enquanto procuravam um clube por intermédio do ex-volante e empresário Nei Santos, jogadores paranaenses usavam o centro de treinamento da empresa Ethisports, em Quatro Barras, para manter a forma. Em troca de uma taxa, os desempregados dispunham de dois campos oficiais, vestiários, piscina, sauna, material esportivo, preparador físico e departamento médico.
O projeto teve curta duração: entre janeiro e novembro de 2006. Mas ali arranjaram trabalho o lateral Reginaldo Araújo (Santa Cruz), o volante Reginaldo Nascimento (Atlético-MG), o meia Pepo (Portugal), o zagueiro Milton do Ó (Portugal), o zagueiro Ageu (Cianorte) e outros menos conhecidos, que foram jogar em Santa Catarina, Amazonas e outros lugares. Até um campeão mundial andou por lá: o meia Perdigão, do Inter, treinou em Quatro Barras nas férias, para manter a forma.
Após o fim da parceria, Nei Santos segue buscando colocação para atletas sem time, mas sem a infra-estrutura da empresa.