Jogadores da seleção são flagrados em boate suíça

Weggis – Uma boate em Lucerna se promoveu às custas da escapada de jogadores da seleção brasileira na madrugada de quarta-feira, após a vitória sobre o Lucerna por 8 a 0, na Basiléia.

Os jogadores, concentrados na Suíça para a Copa do Mundo, aproveitaram a folga para curtir um pouco a noite. Ronaldo, Roberto Carlos, Adriano, Robinho, Emerson, Julio César e Dida passaram pouco mais de uma hora na casa noturna Adágio.

Fotos dos astros apareceram com destaque em vários diários, entre eles o sensacionalista Blick.

Ronaldo posou ao lado do DJ Caputo. Roberto Carlos foi fotografado com algumas garotas. A gerência da discoteca pretende fazer leilão do fone de ouvido usado pelo Fenômeno.

A seleção está concentrada em Weggis desde o dia 22 de maio e a folga entre a noite do dia 30 e a manhã de 31 foi a primeira do elenco desde a chegada à Suíça.

Irritação

A repercussão dos fatos irritou os jogadores. Eles, afinal, estavam de folga e cumpriram o horário determinado pela comissão técnica. O único que escorregou foi Roberto Carlos. Anteontem, ele afirmou que havia passado as horas livres no hotel, conversando com os colegas. Ontem, teve de se explicar à namorada.

Ronaldo era dos mais aborrecidos e reclamou das perguntas dos repórteres, ontem, no Estádio de Weggis. ?Eu queria saber onde está a notícia, fomos a um bar, tiramos fotos com os fãs e tudo correu bem, sem problemas?, desabafou. ?Mas, claro, sempre tem alguém que procura tirar vantagem disso, não é??, completou o atacante, garantindo que sua namorada, Raica Oliveira, sabia de seu programa. ?Falava com ela a cada dez minutos.?

Cerveja e uísque

Alguns jogadores seguiram para a boate Casino, também em Lucerna. Mas a maioria foi para a casa noturna Adágio, com decoração gótica e música que varia desde eletrônica até funk. O grupo permaneceu por cerca de uma hora no local, que vende uma garrafa de cerveja a cerca de R$ 30 e um copo de uísque por mais de R$ 50. Roberto Carlos teria ficado um pouco mais que os colegas.

Os jogadores foram levados a uma área VIP, reservada e fechada por cortinas.

A entrada do local era protegida por seguranças. Um funcionário da boate contou que os sete representantes da seleção ?não beberam muito?, mas mostrou-se surpreso com o comportamento festivo de Roberto Carlos.

Parreira diz que só cobra responsabilidade

Weggis – Logo após a goleada sobre a seleção de Lucerna na quarta-feira, os jogadores do Brasil não quiseram atravessar a ?zona mista? para as entrevistas com os jornalistas O motivo não foi escapar das perguntas, mas fugir para 14h e meia de folga. Não queriam correr o risco de serem seguidos pelo batalhão de repórteres na Suíça.

?Nós temos a nossa vida particular. Queremos ganhar a Copa, mas se há a chance de curtir um pouquinho, a gente curte. Dá para fazer sem atrapalhar?, disse Ronaldinho Gaúcho antes mesmo de ir a Weggis. ?Acabou aquela história que concentração significa prisão, abstinência. Cada um faz o que quer na folga. Eu só cobro responsabilidade. Não quero ninguém bebendo, perdendo a noite inteira de sono. Eu também sei que sexo é bom.

E são jovens?, diz Parreira.

Folclore

Não foram todos que se aventuraram na Basiléia. Cafu, Kaká, Zé Roberto, Lúcio e os casados preferiram voltar para a concentração. Já o grupo formado por Ronaldo, Roberto Carlos, Adriano, Robinho, Emerson, Julio César e Dida tinha carros particulares esperando na saída do estádio do Basel. ?Há tempo acabou essa história de fugir da concentração. Na preparação há tempo para tudo. Foi uma evolução social do futebol?, diz Zagallo.

Virou folclore as histórias do massagista Mário Américo, que na Copa de 70 dava ovos para os jogadores recuperarem a energia após sorrateiras escapadas. A Holanda chocou o mundo quando autorizou seus atletas a levar mulheres para a concentração em 74. Em 86, Renato Gaúcho foi cortado por pular o muro da concentração. Leandro, que estava com ele, não foi à Copa, em solidariedade.

Os casos se sucederam até que se encontrasse um meio termo: dias de folga. Isso já acontecia com Parreira em 94. Só que era mais discreto.

Adversários sem medo

Weggis – Parreira disse ontem que não espera ver os adversários com medo da seleção durante a Copa do Mundo. ?Acho que eles vão respeitar o Brasil, pela nossa história e pela amplitude que a seleção ganhou nos últimos tempos, mas não vejo medo?, disse o treinador, em entrevista coletiva concedida ontem, em Weggis, na Suíça, logo após o treino da tarde.

?Isso é até bom, já que eles vão sair para o jogo. É muito ruim jogar com alguém fechado atrás e correr o risco de levar um gol em contra-ataque?, afirmou o técnico, que minutos antes havia comandado um treino tático com uma hora e meia de duração. Em boa parte do treino, ele ensaiou jogadas de contra-ataque no mano a mano contra a defesa brasileira. ?Temos de saber nos posicionar sem a bola, para sair rapidamente quando estivermos com a bola?, explicou.

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