A falta de dinheiro não tem sido problema para o vôlei nacional nos últimos anos. Apoiadas pelo Banco do Brasil, as seleções brasileiras conquistaram quase todos os títulos possíveis, enquanto os clubes mais importantes do País são patrocinados por empresas que normalmente arcam com a maior parte dos custos das equipes.
No entanto, os jogadores são praticamente unânimes em dizer que o esporte, segundo na preferência do povo brasileiro, ainda necessita dar um salto. “Todo mundo só quer ser pai da criança quando chega a Olimpíada, quando na verdade é preciso adotar a criança quatro anos antes. Chegar lá na hora que você ganha uma medalha e tirar foto todo mundo quer, mas aí não adianta”, protesta o líbero Serginho, que estava na Europa e foi contratado pelo Santander/São Bernardo para a disputa da Superliga 2008/2009.
Para André Heller, reforço do Vivo/Minas, os atletas devem desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento do esporte. “Todos temos que caminhar juntos e fazer críticas apenas construtivas. É claro que ainda precisamos de mais investimentos e organização, mas é necessário que a gente ajude a fazer este bolo crescer”, declarou.
Já a campeã olímpica Sheilla, nova aquisição do São Caetano/Blausiegel, acredita que os patrocinadores são fundamentais neste momento do vôlei brasileiro. “É importante, porque já temos as melhores seleções, tanto adultas como de base, só que por enquanto não possuímos o melhor campeonato nacional”, lamentou.
Mari, outro reforço do time ABC paulista, diz que por enquanto é impossível comparar o voleibol brasileiro com o italiano, que tradicionalmente é detentor da liga mais forte do mundo. No entanto, ela afirma que há uma clara evolução.
“Precisamos ter aqui mais competitividade, e isso vai acontecer nesta Superliga com o retorno de jogadoras que estavam fora do país. Isso deixa o campeonato até mais interessante para o público, legal para assistir”, destaca a atleta, medalhista de ouro na China.