O atacante Frederic Kanouté, do Sevilla, será julgado pela Federação Espanhola de Futebol por ter mostrado uma camiseta com o nome “Palestina” em diversas línguas, após ter marcado o gol da vitória de sua equipe sobre o La Coruña, por 2 a 1, pela Copa do Rei. O comitê responsável pelo caso espera analisar o incidente na sexta-feira.
O ato de Kanouté, que nasceu na França, mas defende a seleção de Mali e é adepto do islamismo, foi punido com um cartão amarelo pelo árbitro da partida e tem sido interpretado como uma resposta aos recentes ataques de Israel à Faixa de Gaza, que já matou mais de 700 pessoas.
O embaixador de Israel, Raphael Schultz, disse à Rádio Marca nesta quinta-feira que o gesto de Kanouté foi “além de sua profissão e das regras da Fifa a esse respeito”. Mas Schultz não viu o ato como algo ofensivo a Israel. “Eu vi a partida e a camiseta não mostrava nada além do nome da Palestina. Não foi um incidente contra Israel. Eu não penso que isto tenha incitado a violência.”
Já o embaixador oficial da Palestina, Mahmoud Aluanen, afirmou à mesma rádio que Kanouté demonstrou ser uma pessoa muito corajosa por ter apoiado o povo palestino em um evento público. Para Aluanen, o ato será comemorado entre os palestinos. “Os atletas são seres humanos e não podem conter seus sentimentos. Eles têm todo o direito do mundo de expressar suas opiniões sobre problemas que infringem os direitos humanos. Eu tenho certeza de que todas as crianças palestinas, que amam o futebol, ficarão felizes com este gesto.”
O incidente aconteceu um dia antes da visita do presidente palestino, Mahmoud Abbas, a Madri para uma conversa com o primeiro-ministro espanhol Jose Luis Rodriguez Zapatero e o rei Juan Carlos.