O técnico Pintado resistiu até o último instante, mas enfim partiu para um coletivo, posicionando a provável equipe do Paraná Clube para o clássico. ?Segurei ao máximo, mas não há o que esconder?, disse o treinador, sem no entanto confirmar a escalação de sua equipe para o jogo frente ao Atlético, amanhã, na Vila Capanema. Ainda sem saber se poderá contar com o volante Adriano, trabalhou duas opções distintas. Nas entrelinhas, Pintado ainda deixa no ar a possibilidade de surpreender o rival, com algum ajuste tático.
Pelo menos pelo que se viu no treino, é certo que o Tricolor volta a jogar com três zagueiros. Algo até previsível, diante do retorno de Daniel Marques, recuperado de uma lombalgia, lesão que vinha atrapalhando seu rendimento em jogos recentes. Ao lado de Neguete e Luís Henrique, forma o trio que mais vezes atuou desde a chegada de Pintado à Vila Capanema. Em tom enigmático, o técnico não oficializou nem mesmo o setor defensivo, apesar de não ter mexido uma vez sequer na estrutura defensiva.
Além dos zagueiros – e, é claro, do goleiro Flávio – os alas Léo Matos e Márcio Careca têm presença assegurada, bem como o volante Xaves. A partir daí, opções não faltam. Adriano fará um teste, mas acredita que estará à disposição de Pintado. Ontem, com dores musculares, ele foi poupado do treino.
Na distribuição dos coletes, a comissão técnica escalou doze titulares. No início do treino, Serginho ocupou o meio-de-campo, fortalecendo a defesa e garantindo liberdade ao trio de frente, formado por Vandinho, Vinícius Pacheco e Josiel.
Na segunda fase, Pintado colocou Joelson, tornando o time ainda mais ofensivo, ao menos na teoria. ?Entrei quase como um segundo volante. O importante é estar em campo e estou à disposição do treinador para ajudar?, disse o meia. Independente da opção final, Pintado garantiu que seu time não adotará marcação individual sobre nenhum jogador do adversário. ?Reconheço o bom momento do Alex, mas vamos impor o nosso ritmo, tentando tirar proveito do fator campo para melhorarmos nossa posição?, disse o técnico paranista.
Paraná atrás de novos sócios
O Paraná Clube lança hoje uma nova campanha para aumentar seu quadro de associados. Sob o slogan ?Sócio sempre ganha?, o clube aposta no bom momento do futebol para estabelecer novas metas. Hoje, o clube conta com aproximadamente 6.500 sócios ativos, número triplicado, levando-se em consideração também os dependentes. ?A nossa idéia é trazer os tricolores para o clube. O Paraná tem muito a oferecer em suas diversas sedes?, frisou o vice de marketing Waldomiro Gayer Neto.
A diretoria, após extensos estudos, decidiu partir para esse tipo de ação, ?engavetando? antigos projetos, como o de sócio-torcedor, seguindo exemplos dos clubes do Rio Grande do Sul. ?É um modelo que não se encaixa no nosso perfil. O futebol é um ponto forte do Paraná, mas temos também as opções sociais. Isso faz com que a gente busque alternativas que satisfaçam a todos?, explicou Gayer Neto. ?Os nossos sócios e todos seus dependentes têm direito ao meio-ingresso em nossos jogos, isso já é uma grande vantagem, diante da mensalidade acessível que cobramos?, comentou.
Para se associar ao Paraná Clube, os interessados pagam três parcelas de R$ 130. Além disso, na campanha ?Sócio sempre ganha?, a primeira mensalidade será cobrada apenas a partir de janeiro do ano que vem. No jogo de amanhã, o time entrará em campo com a marca da ação estampada nas mangas de sua camisa.
Presidente paranista diz que Atlético sempre foi contra árbitros locais
Foto: Walter Alves |
Indicação de Héber Roberto Lopes é vista com bons olhos pela diretoria tricolor. Já os atleticanos… |
?Todos têm direito a espernear.? O presidente do Paraná Clube, José Carlos de Miranda, preferiu recorrer à ironia como forma de rebater a postura do adversário, que usou sua página oficial na internet para detonar a indicação de Héber Roberto Lopes para apitar o clássico de amanhã, às 18h10, na Vila Capanema. ?Nem sabia que eles tinham um site…?, disse o dirigente ao tomar conhecimento da informação. Provocações à parte, o presidente lamentou a atitude ?antiparanaense?.
Na visão de Miranda, Héber Roberto Lopes e Evandro Rogério Roman estão entre os melhores árbitros do futebol brasileiro e esse era o momento para a valorização do Estado, que vive um bom momento na Série A, com dois clubes entre os sete melhores da competição.
O Paraná está em 2.º e o Atlético cinco degraus abaixo. ?Parto sempre do princípio de que devemos prestigiar o que é nosso. Sou do café com leite quente?, enfatizou o dirigente tricolor. Pouco afeito a provocações, Miranda desta vez destilou veneno. ?O time do final da rua, historicamente, sempre foi contra árbitros locais?, disparou.
José Carlos de Miranda não teme que a atitude do rival possa resultar em pressão para Héber e o trio de arbitragem, formado ainda por Rogério Carlos Rolim e Aparecido Donizetti Santana.
?O Héber é um árbitro experiente, que não se deixaria levar por esse clima que o Atlético está tentando criar?, disse. Na última rodada, o árbitro dirigiu o clássico mineiro e errou ao marcar um pênalti inexistente a favor do Atlético Mineiro. ?Erros acontecem. Torço para que no sábado isso não ocorra, pois na semifinal do Paranaense, o Héber também deu um pênalti para o Atlético que não aconteceu?, lembrou Miranda.
Essa postura mais contundente do presidente paranista é, para ele, uma reação natural. ?Não provoco ninguém. Só respondo, em defesa do Paraná?, disse. Sobre uma carga extra de tensão para o clássico, diante dessa troca de farpas, Miranda foi taxativo.
?A rivalidade sempre existiu. Mesmo com eles acreditando que não se trata de um clássico. Acho que só estão reagindo ao fato do Paraná estar à frente deles, nos últimos anos?, finalizou.