Joanna Maranhão anunciou oficialmente a sua aposentadoria nesta sexta-feira. Aos 26 anos, a pernambucana deixa as piscinas como dona da melhor posição da natação feminina em Olimpíadas, com o quinto lugar nos 400 m medley nos Jogos de Atenas, em 2004, com apenas 17 anos. Agora, vai se dedicar a uma ONG, chamada Infância Livre.
Em um texto publicado no Instagram, Joanna afirmou que está feliz e afirmou que fará sua despedida oficial em abril. “Estou motivada para essa nova caminhada, orgulhosa dos 23 anos que pratiquei a modalidade, dos 12 anos de seleção, dos três Pan-Americanos, das três Olimpíadas que participei e, principalmente, das derrotas que sofri.”
Joanna já havia dito, no fim de 2013, que ficaria afastada das piscinas por um período, mas não tinha confirmado a aposentadoria definitiva. O plano era de terminar a faculdade de Educação Física e se dedicar a outros projetos.
Combativa fora das piscinas, Joanna sempre fez denúncias sobre a gestão de recursos da natação e, muitas vezes, reclamou de não receber apoio da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) como represália a suas críticas. Em sua mensagem de despedida, manteve a posição.
“O esporte que acredito não é o esporte que presencio. Muitos ídolos só conquistam medalhas, e isso é muito pouco diante das reais necessidades do nosso país. Sendo assim, prefiro canalizar meu talento e minha força para outros ideais”, afirmou. “Falei muito, questionei, propus mudanças e infelizmente gritei sozinha.”
Em 2008, meses antes da Olimpíada de Pequim, Joanna revelou ter sido vítima de abuso sexual aos 9 anos por parte de um ex-treinador. Quatro anos depois, uma lei que altera as regras sobre a prescrição do crime de pedofilia, estupro e atentado violento ao pudor contra crianças foi batizada com o seu nome.